O PSD encontra-se numa situação dificil, não por causa da sua direcção – que tem feito um excelente trabalho na coordenação das acções da bancada parlamentar – mas por causa das sucessivas tentativas de assalto de que tem sido vítima. Tentativas essas que são protagonizadas por “gente de dentro”. Algo parecido com um gestor de um banco, roubar o próprio banco, pensando apenas no proveito pessoal.
Felizmente que ainda há gente com bom senso no partido. Pedro Santana Lopes é, surpreendentemente ou não, um deles. A proposta de um congresso extraordinário, não se prende com nenhum desejo pessoal de chegar novamente a presidente do partido, mas sim com uma vontade de discutir o que querem os militantes para ele.
Claro que a comunicação “dita” social quer fazer crer que PSL quer novamente ser presidente. É isso que vende jornais e faz aberturas de noticiários, mas não se trata disso. Quem o conhece sabe. Trata-se de não deixar desvirtuar o PPD/PSD que foi fundado por Sá Carneiro, Pinto Balsemão e Magalhães Mota.
Vozes já se levantaram, mesmo dentro do PSD, dizendo que os congressos não servem para nada, nem vão decidir nada. Ora, quem diz isso não sabe o que é realmente o PSD. O PSD são os militantes de base, os “anónimos e desinteressados” que aos “milhares caboucaram, por todo o país, os alicerces do partido, que tinha por si apenas a força de uma ideia de paz, pão, povo e liberdade” como diziam os fundadores Eurico de Melo e Ribeiro da Silva num artigo publicado esta semana no “Público“.
Eu sei que isto custa a ouvir e a entender aos senhores da elite de Lisboa, que pensam que o futuro do partido e do país se decide em tertúlias de acesso reservado. Onde é que os dirigentes podem ouvir as bases e discutir com elas o programa do partido? No conselho nacional não estão as bases. Nem na CPN. Nem mesmo nas CPDs.
O congresso é o orgão máximo do partido onde se deve “definir a estratégia política do Partido, apreciar a actuação dos seus órgãos e deliberar sobre qualquer assunto de interesse para o Partido“. Ouviram senhores?! Não é em escritórios da capital ou em estúdios de TV, é no congresso. E as pessoas que o devem fazer são os delegados eleitos pelas Secções (sim, essas coisas incomodativas que alguém recentemente, na 1ª conferência do IFSC, sugeriu extinguir) e não os auto-proclamados “iluminados”.
O PSD é das bases. Venha esse congresso. Eu já assinei a petição. Mas nem precisava… como diz Pedro Pestana Bastos.
Sobre as directas, aconselho vivamente a leitura do post do Gonçalo Capitão no blogue Lodo no Cais