Muito havia para dizer – e concerteza será dito – sobre a participação da selecção de Portugal no Mundial 2010. Eu vou apenas abordar aqui duas questões: Mentalidades e Escolhas. Deixo as questões técnico-tácticas para os habituais treinadores de bancada.
João Pereira foi preterido. O defesa direito em melhor forma ficou em casa porque Queiróz preferiu Miguel – arruaçeiro e criador de mau ambiente no balneário – e Paulo Ferreira – em nítida fase descendente da carreira e com poucos jogos esta época. Pasme-se quando Ricardo Costa foi o escolhido para os dois jogos mais decisivos.
João Moutinho também não fez parte das escolhas. Queiróz não levou plano B para a mais importante posição em campo: a de construtor de jogo. Sem Deco – não por lesão mas por opção – a equipa ficou sem nº 10 (já não tinha extremos nem lateral direito) e deixou a tarefa de alimentar os avançados ao heróico Fábio Coentrão.
O Saldo final foi: 4 jogos, 1 vitória (contra equipa equivalente ao Lichenstein), 0 golos marcados (os 7 à Coreia para mim não contam); 1 golo sofrido. Estiveram como na qualificação. Partidas sofríveis em que nunca a equipa quis vencer. Acabou por ganhar aos marretas e perder contra os outros.
Nada disto era difícil de prever. Principalmente quando se anda a brincar aos futebóis, quando se coloca a descontracção à frente do trabalho, a displicência à frente da exigência, a fé à frente do querer. Quando se confiam tarefas sérias a meninos em vez de homens, o resultado só pode ser este.
No meio disto tudo se vê como a humildade e discrição fazem o campeão. Os melhores jogadores de Portugal foram os mais humildes e menos mediáticos: Eduardo, Fábio Coentrão, Bruno Alves e Raúl Meireles. Estranho não é?… Para mim não.
Luís,
Falta-te um comentário à estrela. Será que vale a pena manter Ronaldo em campo 90 minutos. Apenas alguns exemplos que podem reforçar a minha ideia; 1)Del Bosque tirou Torres 2)Capello também substitui Rooney.
Para terminar deixo aqui um pouco da crítica do LA Times;
“The highest-paid player in the world doesn’t give much of an effort and doesn’t seem to even care during his team’s 1-0 loss to Spain”
Para ver mais;
http://www.latimes.com/sports/la-sp-world-cup-jones-20100630,0,2270729.column
Abraço,
Nuno
Não quis, como disse, entrar muito por aí. Independentemente das inquestionáveis qualidades técnicas, é por demais evidente que Ronaldo ainda não tem estofo para ser capitão, ainda não sabe perder, ainda não joga para a equipa, ainda é um menino… Claro que outro o tirava… vejamos o que fará por exemplo Mourinho durante a próxima época.