Uma pessoa minha conhecida – licenciada e desempregada (depois de nos últimos 2 anos ter estado com contratos semestrais, trimestrais e mesmo mensais) – foi notificada pelo Centro de Emprego para estar presente numa sessão de esclarecimento.
A sessão tomou lugar num auditório e reuniu dezenas de desempregados daquele concelho. Imagino que outras sessões tenham tido lugar antes e também depois, cobrindo o universo dos desempregados que estão inscritos naquele e noutros Centros de Emprego.
Essa sessão foi ministrada por uma funcionária do IEFP que, como é habitual, parecia que estava a falar para atrasados mentais. O tema abordava os “Como, quando, onde e porquê” de um emprego em outros países da UE (pelo visto tem apoio da Eures).
Aos presentes foi dito onde poderiam procurar oportunidades de trabalho no estrangeiro, e em tom de “depois não digas que não avisei” alertou-se para o facto de ser importante verificar as condições do contrato, seguros saúde, segurança social, subsídio alimentação, etc.
Foi também dito que, em caso de chegarem a acordo com a empresa, deveriam ter atenção ao nível de vida no país de acolhimento, ao preço dos alojamentos, à possibilidade de levar também a família, etc.
Finalmente, ensinaram a forma de criar um CV em formato europeu (novo formato europass) e também foi indicado um site que facilita a tradução desse mesmo CV para outras línguas estrangeiras.
Mas isto é o quê, senão um incentivo directo à emigração? Então agora o IEFP anda a ensinar e a estimular as pessoas a saírem do país, ao invés de as apoiar na procurar/criação de emprego em Portugal?
Caro Luís, claro que é um incentivo à emigração, esta tem sido aliás uma das notas dominantes da legislatura que agora termina.
Desta forma matam-se vários coelhos de uma só cajadada: as estatísticas de emprego melhoram, os subsídios de desemprego baixam e as remessas de emigrantes aumentam. Diga lá se não é porreiro pá?
Caro André,
É realmente isso que parece, sem dúvida. “Mascarar” as estatísticas do desemprego e reduzir o dinheiro gasto nos subsídios. Estes senhores que se dizem tão patriotas, estão desta forma a tentar “dar um pontapé” nos portugueses para fora do seu país.
Meu caro Luis,
Eu ja fui… E o que muito me espanta, e ouvir falar muito pouco de Portugal nos diversos servicos informativos que se podem ver por terras de Cesar…
Faz-me reflectir sobre a (falta de) importancia de Portugal no contexto Europeu…
Arrivederci,
Bruno
Se Deus quiser, eu serei o próximo. Naturalmente que Portugal já não é notícia, nem pelos piores motivos. O que demonstra bem ao nível a que chegamos.