A notícia dizia que o consumo das famílias caiu 3,4%. E o tom do jornalista fazia passar um sentimento de catástrofe. Ora, isto é uma boa notícia! É exactamente isto que é preciso! Andamos tantos anos a viver acima das nossas possibilidades, pode ser que agora ganhemos juízo.
Entrevistado, um comerciante de electrodomésticos dizia que as pessoas “já não compram por impulso”. Uma comerciante de roupa dizia que “dantes compravam 2/3 peças que gostavam e agora pensam 2 vezes e esperam pelos saldos”. O dono de um restaurante dizia que “trazem a comida de casa”.
Serei só eu a pensar que era isto que as pessoas deviam ter feito não só estes últimos meses, mas durante toda a vida? O consumismo e o crédito levou o tuga a comprar o que não gostava, o que não precisava e o que não queria. É também essa uma das razões de estarmos na bancarrota.
Sou independente não há muitos anos, mas já o sou desde antes da “crise financeira”. Desde que sou independente que não compro nada por impulso, não desperdiço dinheiro em roupa, e sempre que posso (se a empresa tem copa, micro-ondas, etc.) levo o almoço para o trabalho.
Obviamente que não é preciso ser radical. Detesto extremos. Também tenho os meus “gadgets”. Mas só compro quando preciso mesmo, e nunca por impulso. Antes de comprar qualquer dispositivo electrónico procedo a um exaustivo estudo de mercado (qualidade-preço).
Quem me conhece sabe que gosto de vestir bem, mas não ando a dar de comer a pançudos. Ninguém me vê a usar marcas caríssimas (Gant e afins), e normalmente só compro em época de saldos. De preferência marcas portuguesas de boa qualidade-preço (Giovani Gallli, Quebramar).
Porque hei-de gastar 40 € por mês em tv cabo se apenas vejo tv 1 ou 2 horas por dia? Porque hei-de gastar 500 € num iPhone se apenas o uso para fazer chamadas? Porque hei-de gastar 50.000 € numa BMW sw diesel se vivo sozinho e faço 15.000 km/ano?
Não quero que sejamos todos franciscanos. Apenas acho que cada uma deve viver conforme as suas possibilidades. Há que ter bom senso quando o assunto é gastar dinheiro. E isto aplica-se não só às pessoas, mas também às empresas e ao Estado. Só assim fugiremos a crises e aos aumentos de impostos para as pagar.
Subscrevo…
Sim e não…
Deveriamos ter gasto o nosso dinheiro de forma consciente e de modo a criar riqueza é verdade.
Porém, se a maioria deixar de comprar outra maioria deixará de vender, logo a economia pára.
Quando não existe investimento privado, tem de existir investimento público, neste momento não existem ambos.
Ahh, relativamente a exportações, neste momento existe uma concorrência internacional enorme.
Contudo, subscrevo o seu Post no sentido que o endividamento deve ter limites de sustentabilidade
Excelente notícia, excelente artigo, excelente opinião. Partilho da sua opinião e pelo menos já somos dois. A culpa desta bancarrota é de todos: era fazer crédito para viajar e para férias, era ter uma data de cartões bancários nas carteiras, era andar de carro para um lado e para o outro só porque sim, era ter uma TV em cada divisão, era comprar para ser igual ao vizinho do lado… Enfim! Nunca mais acaba! É ir para a Universidade de carro, mas não se quer pagar propinas; é exigir aos pais roupa de marca (acho que toda a roupa tem marca, mas enfim…), é um desperdício de dinheiro no Natal… Meu Deus que desgoverno tem sido neste país. Depois, as rendas altíssimas dos Governos Civis, das Lojas do Cidadâo… País de tontos irresponsáveis!
Cara Esmeralda,
Essa de ” ir para a Universidade de carro, mas não se quer pagar propinas” foi bem lembrada. Recordo-me bem, ainda no meu tempo de faculdade, ver o parque de estacionamento cheio de carros, na sua maioria bons carros. E depois as manifestações contra as propinas de 1000€ por ano. Realmente…
E para juntar à quebra do consumo, mais uma boa notícia: as poupanças aumentaram… http://aeiou.expresso.pt/depositos-das-familias-sobem-para-125-mil-milhoes-de-euros-em-junho=f669266