António Borges é daquelas pessoas, para mim, politicamente irrelevante. Quero com isto dizer que me é indiferente. Nem gosto nem desgosto. Sinceramente, sempre pensei que ele nunca iria mergulhar na “piscina política” portuguesa.
Nem quando, há uns anos atrás, muitos lhe chamaram o “messias” (não apenas do PSD, mas de Portugal) eu mudei de opinião. Sinceramente sempre achei que não tinha perfil de político nem sequer vontade para participar activamente.
O facto de ter aceite ser consultor do Governo para as privatizações e para as renegociações das PPP não alteraria em nada a minha convicção, porque isso não o obrigava a intervir publicamente e politicamente. O facto é que ele assim escolheu.
Não sei se por vontade própria ou por indicação do Primeiro-Ministro, António Borges tem vindo a público fazer o papel de membro do Governo. E de cada vez que o faz é, como diz, e bem o povo: “cada cavadela, cada minhoca“.
Alguns têm aproveitado a sua falta de capacidade política e sensibilidade social para tentarem fazê-lo passar por incompetente. Ainda hoje vi algures num jornal uma notícia que dizia que o FMI se quiz “livrar” dele.
Ora, se ele fosse incompetende não teria sido: Vice-Presidente do CA do Banco Goldman Sachs; Administrador do Citibank, BNP Paribas, Petrogal, Sonae ou Jerónimo Martins; Consultor do Departamento do Tesouro dos EUA.
Para além disso colaborou com a UE na criação da União Económica e Monetária; Foi director do INSEAD (a mais reconhecida escola de negócios do Mundo); Foi também Presidente do Instituto Europeu de Corporate Governance.
Se um incompetente ocupa este tipo de lugares, então eu vou ali e já venho. António Borges não é um incompetente. Simplesmente tem de colocar as suas capacidades nas privatizações/PPP e abster-se de comentar o resto.
O CV demonstra bem que ele não é incompetente na sua área. Mas como comentador… Deixa muito a desejar. Também não vou ser crítico ao ponto que o que ele diz está sempre errado, mas há coisas que se dizem, e outras que preferimos não dizer.
Quem perde com estes comentários desnecessários, não é só ele: é o governo de quem ele é consultor.
Completamente de acordo. Tal como digo, ele nao foi “contratado” para comentar ou anunciar. Por isso se deveria manter calado. E obviamente ninguem é perfeito, pelo que ele nem sempre terá razão. Agora daqui a publicarem noticias dizendo que o FMI se quiz “livrar” dele… enfim.
Talvez a resposta esteja aqui será “Teoria da Conspiração” ??? ou a crise na UE também é culpa do Socrates, pois governou na Grécia, na Irlanda e governa agora na Espanha e pelos vistos vai a caminho da França e mesmo quem sabe da Alemanha?!
António Borges, é daqui que ele vem!
Marc Roche, jornalista do “Le Monde” e autor do livro “O Banco – Como o Goldman Sachs dirige o mundo”, disse à Lusa que o português António Borges é um “mistério”, tal como outros antigos “veteranos” da instituição. Marc Roche estabelece um paralelo entre as políticas de austeridade na Europa e a presença de “veteranos” do Goldman Sachs na política europeia.
O autor do livro publicado em Portugal esta semana disse que a doutrina financeira anglo-saxónica liderada pelo banco norte-americano Goldman Sachs está atualmente colocada nos bastidores do poder na Europa o que põe em causa a regulação em nome do lucro, e estabelece um paralelo entre as políticas de austeridade na Europa e a presença de “veteranos” do Goldman Sachs na política europeia.
Grupo de “iluminados”
“Oficiosamente, António Borges, que, no seio do Banco de Portugal na década de 1990, foi um dos arquitetos da criação da moeda única, acabou por ser dispensado do FMI. De facto, esta partida poderia estar ligada ao facto de ele ter sido também durante oito anos (2000-2008) um dos dirigentes do Goldman Sachs International, filial europeia do banco americano”, refere o autor.
Para Marc Roche a “filosofia” Goldman Sachs está presente na política europeia através de um grupo de “iluminados” que são “simultaneamente um grupo de pressão, uma associação de colheita de informações, uma rede de ajuda mútua” eficaz.
“O que é que eu encontrei sobre esta gente? Muito pouco a não ser que o Goldman Sachs quer esta gente nos bastidores das influências políticas. O que é que eu descobri sobre o senhor Borges? Pouco. Sei que ele esteve no Goldman Sachs mas não sei o que é que ele fez ou em que secção trabalhou. Tal como os outros: Draghi ou Monti”, explicou.
Caro Anonimo, o seu comentario e essa teoria sao completamente (permita-me) estapafurdias. Entao foi o Antonio Borges e a Goldman Sachs que andaram a esbanjar dinheiro dos Estados? Falemos de Portugal: foi Antonio Borges e a Goldman Sachs que mandaram fazer auto-estradas Lisboa-Porto paralelas? as SCUTS? o CCB? os Estadios do Euro 2004? A Expo 98? A distribuicao de RSI indiscriminadamente por preguicosos? A atribuicao de pareceres no valor de M€ a escritorios de advogados de Lisboa (Servulo Correia, Freitas do Amaral, Antonio Vitorino, Marcelo Rebelo de Sousa…)? Tenha paciencia, mas essa sua “teoria” nao cola. Nem ao pior dos ceguinhos.
Caro Luís, Ceguinho? A Goldman Sachs foi certamente consultora de muitos grupos económicos que beneficiaram da situação no Sul da Europa e que estimularam o consumo por via da concessão ilimitada de crédito. E, se as três auto-estradas paralelas são um disparate, não tenha dúvidas que houve muito consultor a sugerir a sua extensão até Braga e o Algarve. E quanto aos disparates do Sócrates, basta olhar para Espanha para se perceber que respeitar os parâmetros nominais do défice não são nenhuma “vaca sagrada” da economia…
Já agora, não perca a entrevista do António Borges no hardtalk da BBC enquanto foi presidente do obscuro “Hedge Fund Standards”. Inteligente, sem dúvida (nunca o poria em causa), mas de uma sublime incompetência, como foi depois no FMI e agora em Portugal.
Não foi ele o executor, mas provavelmente foi através de pessoas como ele (com ele incluído) que a UE foi patrocinadora do excessivo endividamento dos Estados, com o que refere (“auto-estradas Lisboa-Porto paralelas? as SCUTS? o CCB? os Estadios do Euro 2004? A Expo 98? A distribuicao de RSI indiscriminadamente por preguicosos”), pois tinham sempre grandes percentagens de financiamento europeu a fundo perdido o problema era e é a parte que nos toca a pagar.
Esse dinheiro vinha e vem desses “Goldman Sachs´s”, também a quando da crise financeira, na qual todos os paises da UE e não só, foram aconselhados e autorizados a ultrapassar as barreiras do defice aconselhado, os tais 3%, para salvar a banca nacional e internacional. Agora essa mesma banca internacional exige o pagamento das dividas a juros altissimos e prazos curtissimos para que os tais “Goldman Sachs´s” do mundo recuperem rapidamente os lucros perdidos…
Cego é aquele que olha só para o seu umbigo e não vê ou não quer ver a realidade globalizada à sua volta!
Caro Anonimo,
Quer dizer entao que o Borges e os Bancos “obrigaram” os Governos a fazer as obras e a pedir-lhes dinheiro emprestado. Sabe bem que isso nao faz qualquer sentido. A mim, o meu banco, ja por variadas vezes me ofereceu creditos (alguns muito faceis, “na hora” como lhe chamam) e eu recusei. Ninguem me obriga a gastar dinheiro que nao tenho!
E mais ha frente o senhor Anonimo contradiz-se quando refere que “os tais “Goldman Sachs´s” do mundo recuperem rapidamente os lucros perdidos“. Lucros? Mas entao nao era o dinheiro que tinham emprestado? Nao sao lucros, e’ o dinheiro que emprestaram! Alguem tem de o pagar. Porque esse dinheiro e’ de alguem.
Gostava de saber se o senhor, se emprestasse dinheiro ao seu cunhado para ele comprar um carro, depois ia ser o mau da fita e ia perdoar a divida, quando ele se estampasse contra uma parede e nao tivesse dinheiro para o arranjar ou pagar.
Sabe muito bem que as coisas não funcionam bem assim por “obrigação” é mais “estimulo” pois era fácil e barato, acho-o demasido inteligente para perceber o que eu queria dizer.
As perpectivas de crescimento económico eram outras há 3 ou menos anos atrás.
Se gerir um negócio e quiser crescer, terá de se financiar em algum lado e também sabe muito bem que, como diz o outro “as dividas não são para pagar! são para serem geridas”, por isso um dos grandes desafios deste governo vai ser conseguir financiamento rápidamente para o País, esse financiamento é que tem de ser muitissimo bem gerido com as condições económicas internacionais de fraco crescimento mundial, coisa que não acontecia, diz-se desde os anos 20! Aliás já se diz que só uma 3ª guerra mundial poderá recuperar esta crise mundial, pois nem a china cresce.
Daí os senhores do tais bancos estarem a espremer todos os paises que conseguirem e recuperar rápidamente as perdas que tiveram quando a crise mundial se instalou.
Um exemplo básico é que 100.000€ em acções de um banco qualquer em 2009/2010, passaram a valer 50.000€ ou menos de um momento para o outro, imagine quem tinha biliões investidos.
E já agora informo por curisidade, que não fui a nenhum jogo do Euro e paguei os estádios com os meus impostos e com o financiamento dos tais bancos e o povo europeu aplaudiu de pé, como aplaudiria outras coisas semelhantes e a isso chama-se investimento público.
Já sei que vai dizer que não é um investimento correcto, até concordo, mas vá dizer isso aos engenheiros, empreiteiros, hoteis e restaurantes e seus respetivos funcionários que lucraram com isso…se calhar foi exagerado!!!
Isto dava uma bela teoria, daí o Socrates tenha ido estudar filosofia, para entender o que correu mal, pois os ecónomistas falharam redondamente ou alinharam nesta “bolha”.
Mas de uma coisa valeu o investimento público no plano tecnológico, é que agora até os velinhos que guiam “mata-velhos” já têm facebook, mas não sabem ler nem escrever….
Cumprimentos, abraço, mas tem de me dar o contraditório, não seja como o Marcelo… 🙂
Meu caro, depois de ter afirmado “as dividas não são para pagar! são para serem geridas” eu termino aqui a minha argumentacao. Mas volte que eu gosto de discurtir estes e outros assuntos consigo.
É incompetente sim. Digo-o porque nao é dificil para qualquer cidadao sem qualquer tipo de formacao fazer o seguinte raciocinio.
Se o povo portugues tem na sua grande msioria dividas a banca. Se o Sr Borges diz que e imperstivo baixar salarios no privado como irao as pessoas pagar as dividas. como ficara a banca com esse incumprimento ? Ja para nao falar da falencia da maioria do comercio interno.
Por isso baixar salarios nao e solucao. pelo contrario, a meu ver aumentar salarios no privado, baixar impostos ad empresas, isso sim aumentaria o pib.
Caro Delfim,
Aumentar salarios? Essa ideia e vontade do PCP/BE/CGTP? Mas como e’ que se podem aumentar salarios se as empresas estao na falencia? No sector publico (e e’ a esse que PCP/BE/CGTP se referem quando falam nisto) e’ possivel aumentar salarios. Sabe como? Cobrando mais impostos ao resto dos portugueses! Ja no privado, como quer que se aumentem salarios? Se a economia esta’ de rastos, se as empresas nao facturam, nao tem lucros, onde vao elas buscar dinheiro para aumentar salarios? Aos bancos? Infelizmente estes tambem nao tem dinheiro…. Sabe, o dinheiro nao cresce nas arvores 🙂
Vão buscar às exportações,baixando os preços há mais consumo interno e externo.
[…] pá concordo convosco, o Vitor Gaspar é um chato. Tal e qual como o António Borges, tecnicamente é muito competente mas politicamente é um falhanço. Com estas comunicações ao […]
António Borges estava chateado com empresários por não terem aceitado a tsu, e disse que eles eram ignorantes, e o minitro da economia também estava chateado, porque os empresários tinham aceitado a tsu e depois rejeitaram ,porquê?