Artigo de opinião que escrevi para a edição de Fevereiro 2015 do jornal Notícias de Santo Tirso.
Desde 1998, ano em que a Trofa se separou de Santo Tirso e se tornou concelho, o PSD Santo Tirso averbou 12 derrotas eleitorais. Sim, uma dúzia! A saber…
01 – Legislativas 1999
02 – Autárquicas 2001
03 – Legislativas 2002
04 – Europeias 2004
05 – Legislativas 2005
06 – Autárquicas 2005
07 – Europeias 2009
08 – Legislativas 2009
09 – Autárquicas 2009
10 – Legislativas 2011
11 – Autárquicas 2013
12 – Europeias 2014
A estas podemos juntar mais 5 derrotas em eleições Autárquicas entre 1982 e 1997. O que dá, em termos locais, um total de 9 derrotas. E a caminho vem a 10ª. A continuar assim, disso não tenhamos dúvidas.
Foram derrotados candidatos de todos os tipos, de todos os perfis, de todas as profissões. Candidatos mais e menos experientes, mais e menos competentes, mais e menos preparados. O PSD Santo Tirso foi derrotado em alturas em que, a nível Nacional, o partido estava na mó de baixo, em alturas em que estava taco-a-taco com o PS, e mesmo em alturas em que o PSD estava na mó de cima. E ainda que o adversário tenha sido sempre o mesmo (o PS Santo Tirso de Couto e Fernandes), o PSD Santo Tirso nunca conseguiu vencer.
A constatação destes factos pode levar a concluir que, se a responsabilidade maior nas derrotas não foi dos candidatos, nem das conjunturas políticas, então só pode ter sido da estratégia. Estratégia essa que tem sido sempre deliniada pela Comissão Política Concelhia do PSD Santo Tirso. Estratégia essa que, do meu ponto de vista, tem 3 dimensões chave.
Táctica: Maquiavel dizia que há duas formas de fazer política. Dizer bem de si próprio ou, se não o puder fazer, dizer mal do adversário. O PSD Santo Tirso nunca conseguiu a primeira. Nunca teve pensamento, programa ou projecto político para apresentar. Daí que há mais de 30 anos tenha escolhido atacar o adversário. Esta táctica é ainda mais evidente nos últimos anos em que o ataque pessoal e político (a Fernandes ou Couto) é constante, não se conhecendo uma única ideia ao PSD Santo Tirso. Limita-se a criticar, atacar ou ser contra o que quer que seja que o PS apresente.
Equipa: Nenhum homem ou mulher, por mais capaz que seja, consegue vencer uma batalha sozinho. Seja essa uma batalha militar, desportiva, política ou outra. Houve alturas em que o PSD Santo Tirso teve bons cabeças de lista (ex: David Assoreira ou João Abreu) mas não soube escolher equipas à altura. Tudo porque quem domina o partido a nível local sempre exigiu lugares para si e para os seus amigos, esquecendo que para vencer um campeonato não é suficiente ter apenas um bom avançado mas é preciso também bons guarda-redes, defesas e médios (bem como um bom treinador).
Propósito: Política vem do grego “politikos” e significa “de, para, ou relacionado com os cidadãos”. Ou seja, os políticos só devem ter um propósito que é o bem comum. Aquilo que se deve pretender alcançar é o interesse geral. A verdade é que no PSD Santo Tirso a finalidade foi, tem sido, e continua a ser o interesse pessoal. Quem lidera o PSD Santo Tirso continua a colocar o seu interesse pessoal à frente do interesse geral, na procura de um qualquer lugar que lhe traga, acima de tudo, o dinheiro e o poder que lhe garanta o bem estar pessoal e dos que o rodeiam.
Ou seja, o PSD Santo Tirso tem sido derrotado dezenas de vezes por causa da estratégia seguida pelas suas Comissões Políticas. Não adianta mudar-se o candidato ou esperar-se por uma conjuntura política favorável. O que é preciso é mesmo mudar o perfil e a acção da Comissão Política Concelhia. A consequência disso será a alteração na estratégia, nas probabilidades de vencer e, finalmente, na mudança que se exige para Santo Tirso e para os Tirsenses.
Conclusão: O momento mais importante para a vitória do PSD em Santo Tirso nas próximas eleições Autárquicas não é Outubro 2017 ou sequer uns meses antes na escolha do candidato. O momento chave é agora! Os simpatizantes e militantes do partido (activos, menos activos e inactivos) não podem adiar mais ou esperar que apareça alguém que puxe por eles. Se querem a mudança têm de se mobilizar (aos próprios e uns aos outros) de maneira a criar condições para que, nas próximas eleições internas, haja uma alternativa ao status quo. A responsabilidade é de todos e cada um.
Boa noite. Enquanto militante do PSD estou de parcialmente de acordo com o texto. Convido o Luis a referenciar alguns nomes de militantes que pudessem conduzir o PSD de Santo Tirso à vitória em 2017.
Cara Filipa,
A questão é mesmo essa. E tenho vindo a escrever sobre o tema várias vezes. A vitória não depende de um nome ou de uma pessoa. Depende sim de todos e cada um dos militantes. Para formar uma equipa vencedora. Nao só nas listas à CMST, AM e AFs mas principalmente na Comissão Política Concelhia. Enquanto não houver esse interesse e essa vontade, nenhum candidato, por melhor que seja, irá conseguir vencer.