A defesa da deputada, pelo ex-presidente

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Caro Carlos Valente, nem todos queremos ser presidentes do Rancho Folclórico, presidentes da Associação Recreativa, presidentes da Junta de Freguesia, presidentes dos Bombeiros, presidentes do Clube de Futebol ou presidentes da Câmara. Alguns de nós têm ambições diferentes, que não passam pela política. Temos carreiras profissionais, família, e muitas outras coisas que nos fazem felizes. E não precisamos de ter um cargo político para nos sentirmos realizados.

Mas isso não nos impede de ser militantes de um partido político. Aliás, o facto de não querermos (ou podermos) abraçar o serviço público torna o dever cívico e de militância activa ainda maior, porque nenhum cidadão se deve demitir das suas responsabilidades em democracia. Nem que essa seja a do “simples” voto e fiscalização dos seus eleitos. É exactamente aquilo que eu faço.

Sou militante do PSD há 20 anos, mas há muitos mais que ando na vida partidária. Sem qualquer interesse pessoal ou objectivo político. Faço-o por acreditar na militância activa e no projecto social democrata do PSD. Ao contrário do Carlos, que apenas está habituado a dar a cara e fazer campanha quando é candidato ou tem algum interesse, eu tenho dado o meu contributo ao PSD sem calculismos.

Fiz campanha de Norte a Sul. Percorri o Minho, de Terras de Bouro a Montalegre, ou de Vieira do Minho a Vila Verde. Percorri Trás-os-Montes de Mirandela a Vila Real, ou de Bragança a Macedo de Cavaleiros. Percorri o Doutor Litoral, do Porto a Amarante, de VN Famalicão a Felgueiras. Percorri a Beira Litoral, Beira Alta e Beira Baixa, da Figueira da Foz ao Fundão, ou da Guarda a Idanha a Nova.

Fi-lo em campanha para eleições Legislativas, Europeias, Presidenciais, e Autárquicas. Nestas, levantando cartazes e outdoors, apoiando, dando a cara, falando com as pessoas, distribuindo bandeiras, autocolantes, canetas e aventais, por candidatos que na maioria das vezes nem conhecia. Por gente como José Manuel Fernandes (na altura desconhecido candidato a Presidente da Câmara de Vila Verde, distrito de Braga), hoje um dos mais competentes deputados Europeus, e capazes quadros do PSD.

E também o fiz por alguns que conhecia bem, em Santo Tirso. Não falhei um dia das campanhas autárquicas de David Assoreira ou João Abreu. E nessas, fiz campanha por vários candidatos às Juntas de Freguesia. Como Alírio Canceles, Manuel Mirra, ou mesmo o Carlos Valente. E só por isso o Carlos devia ter mais respeito. Porque o fiz sem ser candidato a nenhum lugar, com abnegação e desinteresse.

Não me arrependo de até ter perdido anos na faculdade, por ter andado demasiado dedicado ao partido e envolvido em campanhas. Nem de ter feito esforços na vida pessoal e profissional para me meter sozinho em carros de som, a percorrer freguesias e a distribuir panfletos com a cara do candidato, ao som dos hinos do PSD e da campanha. Um desses foi Manuel Mirra, e outros como o Carlos, que agora se sentem muito incomodados com a minha opinião.

Muitas vezes, por esse país fora, trabalhei para o PSD, acompanhado por vultos do partido, como Amândio de Azevedo ou Fernando Alberto Ribeiro da Silva. Fundadores e figuras de proa do PSD, que provavelmente o Carlos e a Andreia nem conhecem, porque estes nunca andaram na política para apareceram em eventos a tirar selfies. Nem nunca puseram interesses ou objectivos pessoais, à frente dos do PSD e do país – como os vossos amigos Luís Montenegro ou Marco António Costa.

Sou cidadão Português, e como tal exerço o meu direito e dever civil e político naquele que ainda é um estado livre e democrático. Ao contrário da maioria (com muita pena minha) não abdico dos meus direitos, e acima de todos está o direito à liberdade de pensamento e de expressão. Estarei longe de ter sempre razão, mas nunca abdicarei nem esconderei a minha opinião. Nem com ameaças de processos em tribunal, nem com ameaças de confronto físico. O Carlos e a Andreia podem convencer-se disso.

Finalmente, estranho esta nova forma de estar do Carlos. Que ainda há poucos anos concordava comigo e até era posto no mesmo saco pelo caudilho que na altura liderava o PSD Santo Tirso. Tanto que o Carlos até vinha ao meu blogue defender posições e atacar aqueles a quem hoje se juntou (basta procurar os comentários nos vários posts publicados).

Parece que bastou a amizade (circunstancial) com a sra. Deputada, um lugar elegível na lista de vereadores, e uma ilusão de proximidade ao poder, para o Carlos agora se prestar a fazer estes papéis. Não só o de vir “defender a honra” da Andreia Neto, mas também de vir puxar dos galões, assinando o seu comentário com “Carlos Valente, P. Junta Vila das Aves de 2002/2013 eleito pelo PSD, 3 Vitórias com maioria absoluta onde o PSD nunca tinha ganho”.

As suas conquistas políticas, como tenho a certeza compreenderá, impressionam-me pouco. E parefraseando o presidente do PSD, Rui Rio – a mim ninguém me cala, e estou cheiinho de medo das ameaças que (em público ou privado) o Carlos e a Andreia me fazem. De resto, convivo bem com o pluralismo e democracia. E, ao contrário do Carlos e da Andreia, tenho estômago para ser criticado, e elevação para saber discutir.

Assinado: Luís Melo. Militante de Base do PSD. Nunca ocupou algum cargo público, ou alcançou como candidato vitórias eleitorais pelo PSD (talvez por nunca ter aceite lugar em listas, mas o mais provável era ter sido derrotado de qualquer maneira). Derrotado várias vezes em listas candidatas à JSD e PSD Santo Tirso, à associação académica na faculdade, à associação de estudantes no liceu, e a delegado de turma no ciclo.

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