Sobrinho a gozar com a cara dos Tugas

19/12/2014

Alvaro Sobrinho, o ex-presidente do BES Angola veio a Portugal para prestar esclarecimentos em mais uma daquelas inúteis comissões parlamentares de inquérito da AR.

Disse que nunca beneficiou nenhuma empresa ligada a ele, a familiares ou amigos. E com uma expressão muito indignada disse “há uma lei em Angola que proíbe” isso.

Mais tarde, e a propósito de o acusarem de ter desbaratado empréstimos a tudo o que mexia, disse que os processos eram claros e que toda a gente tinha de “preencher uma ficha de aplicação”.

Pois claro. Nós bem sabemos que se há coisa que não existe em Angola é nepotismo. Basta olhar para a família e amigos do Presidente. Todos tesos como virotes e com vidas difíceis de muito suor e trabalho. E de resto também estamos a ver esses mesmos, a preencher fichas de aplicação nos balcões do BESA para pedirem empréstimos.

O mais ridículo disto tudo é os deputados prestarem-se a isto e sujeitarem o país a ser gozado por Angolanos, e também a comunicação “dita” social que publica estas declarações como se fossem coisas perfeitamente válidas e normais.


Onde está o risco sistémico?

04/07/2014

Nunca fui cliente do BES. Nunca gostei do BES. Nunca fui com a cara do Ricardo Salgado. Coincidência ou não, sou cliente dos únicos dois bancos que (ainda) não mostraram dificuldades: Santander Totta e BPI.

Quando estava na Novabase, trabalhei em dois projectos do BES (no BEST e no BESI). Odiava o ambiente no banco. Aliás, pedi mesmo para saír do segundo projecto.

Estive contra qualquer nacionalização ou salvação de bancos quando a crise rebentou. BPN, BPP, BCP.

Mas agora que o BES está em dificuldades… o que é feito do “Risco Sistémico”?

Aquele que levou o governo socialista (com a conivência de outros responsáveis políticos de todos os quadrantes políticos) a decidir salvar/nacionalizar esses bancos?

Aquele que obrigou os portugueses absorver (e pagar!) os milhares de milhōes de euros dos buracos negros criados por má gestão e ilegalidades?

Havia risco sistémico quando se tratava de bancos menores, e agora não há quando se trata do maior banco privado português?

Por aqui se vê que não havia risco sistémico nenhum. Houve foi um primeiro-ministro e um governo (e outros responsáveis políticos) que quiseram encobrir os crimes que foram cometidos nesses bancos, e que arrastariam muitos deles.

Desta vez, há um governo que parece não ter esse receio. E portanto disse não. Não irá usar dinheiro dos portugueses para corrigir má gestão e hipotéticas ilegalidades num banco privado.

O tempo continua a mostrar que Passos Coelho continua a surpreender, pela positiva. O tempo continua a mostrar que José Sócrates foi um péssimo primeiro-ministro, que desgraçou Portugal.


A Turquia como exemplo?

22/03/2013

Há cerca de 15 anos atrás a Turquia passou pela maior depressão económica da sua história. A crise económica e financeira destruiu o país. Passada década e meia, a imagem de uma Turquia falida foi substituída por um exemplo de estabilidade política e económica. De uma país desenvolvido com uma das economias mais fortes e em mais desenvolvimento do mundo.

A Turquia é hoje um dos principais produtores mundiais de produtos agrícolas, têxteis, automóveis, navios, materiais de construção, eletrodomésticos e electrónica de consumo. O sector privado tem cada vez mais peso na economia, apesar do Estado ainda ter o controlo de parte da indústria, banca, transportes e comunicações.

A maioria dos cidadãos turcos ainda se lembram de bancos falidos, empresas fechadas, milhões de desempregados, e do país a ser obrigado a vergar-se ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Depois disso, mais empresas foram à falência, mais pessoas ficaram desempregadas e houve manifestações nas ruas. O país passava por uma situação muito difícil.

Durante a crise financeira o sector bancário esteve no centro da crise. Muitos bancos foram absorvidos pelo Estado e alguns banqueiros foram presos. Mas aparentemente a crise fez bem ao sector. Levou à execução de reformas, a fecho de bancos cujo funcionamento era pouco claro, e a tomadas de decisão essenciais para enfrentar problemas económicos.

A crise foi um marco para a Turquia, pois levou a reformas radicais em todos os sectores da sociedade e do Estado. Mas isso só foi possível sobre a tutela de partido único, depois de as mais variadas coligações terem falhado no Governo e na recuperação do país. O partido único foi a garantida de estabilidade política e económica.

Mas a verdade é que a recuperação só veio depois de o programa de assistência (de 3 anos) proposto pelo FMI ter falhado. Os bancos eram como agiotas, o Governo não conseguia fazer as reformas necessárias, e não ouvia os empresários. Alguns dizem que a maior falha foram as políticas paternalistas do FMI e o facto de o Ministro das Finanças ser um “agente” seu.

No fim de contas, a Turquia reergueu-se sozinha. O povo turco meteu mãos à obra, fez sacrifícios, e lutou pelo seu futuro. Em menos de duas décadas conseguiu transformar o país. Em Dezembro passado Pedro Passos Coelho visitou a Turquia e disse que a deveriamos tomar como exemplo. Será que se referia a isto?


A triste história do meu amigo Manuel (Parte 2 de 2)

17/10/2012

(continuação deste post)

O Tio João era um homem com bom coração e por isso deu-lhe nova oportunidade. Ao mesmo tempo era inteligente e não se iria deixar enganar novamente. Propôs ao Manuel que fosse trabalhar na empresa dele e que acabasse com a boa vida, os gastos inúteis e o esbanjamento.

O Manuel aceitou. Afinal de contas não tinha alternativa. Era isso ou voltar para a vila, vivendo pobre e sob a alçada dos pais austeros. A ideia de trabalhar para o Tio João, que lhe pagaria um ordenado (do qual retiraria um “dízimo” para pagar a dívida) era apesar de tudo mais agradável.

Os primeiros meses foram difíceis e o Manuel parecia conformado, mas a certa altura começou a sentir-se explorado. Achava que trabalhava muito e que o ordenado que o Tio João lhe pagava era insuficiente. Ainda por cima “ressacava” por não poder ir para os copos e de férias com os amigos.

Falei com ele nessa altura: “Manel, olha que tu tens de ver bem a tua situação. Não te esqueças que enganaste o teu Tio João e agora estás a pagar as favas. O mau da fita aqui não é ele que durante anos te deu dinheiro que esbanjaste. Tu é que fizeste merda. Agora aguenta-te à bronca“.

Mas ele não me ouviu, nem a ninguém. Mesmo depois do que fez achava que o Tio João lhe deveria pagar mais, exigir menos e até perdoar algumas dívidas. Passados umas semanas insubordinou-se, insultou o Tio João e despediu-se. Naturalmente que depois disso também teve de sair de casa.

Andou uns dias a dormir por casa de uns amigos e a pedir-lhes dinheiro emprestado, na promessa de que pagaria logo que arranjasse um emprego. Mas a verdade é que habituado a não fazer nada e com mentalidade parasita não se esforçava sequer para arranjar um trabalho.

Obviamente todos os amigos chegavam ao limite, deixavam de lhe emprestar dinheiro e diziam-lhe para procurar outro lugar para viver. Aconteceu o mesmo comigo. Por muito amigo dele que fosse, a verdade é que ele continuava a abusar, não mostrando qualquer sinal de se querer redimir.

Com vergonha e sem vontade de voltar para a vila e para casa dos pais, deixou-se ficar por Lisboa. A vida dele degradava-se. Dormia onde calhava, até na rua. Deixei de falar com ele e de o ver. Sei agora que começou a arrumar uns carros, pedia esmola, roubava e meteu-se na droga.

Um triste fim para quem teve a oportunidade e as condições para ser alguém na vida, mas preferiu esbanja-la.

Legenda:
Manuel – Portugal
Pais do Manuel – Estado Novo
Maria – MFA (Movimento Forças Armadas)
Lisboa – Pós 25 Abril 1974
Tio João – União Europeia


A triste história do meu amigo Manuel (Parte 1 de 2)

16/10/2012

Há uns anos conheci o Manuel. Era um tipo engraçado, que gostava de uma boa borga. Vivia com os pais, pessoas conservadoras e exigentes, que lhe cortavam todos os vôos e sonhos. Queriam que ele tivesse os pés assentes na terra e vivesse apenas com aquilo que tinham lá em casa, na vila.

Passados uns anos, com a ajuda da prima Maria, conseguiu convencer os pais a ir viver para casa dos tios em Lisboa. Viviam bem suportados pelo sucesso do empresa que o Tio João tinha com o sócio. Mais tarde o Manuel ficaria mesmo à guarda dos Tios de Lisboa, que o sustentavam.

O Tio João era um homem inteligente, sensato e generoso. Vai daí fez uma espécie de contrato com o Manuel. Disse-lhe que, como os seus pais não tinham condições para apostar na sua educação, ele estaria disposto a dar-lhe dinheiro para estudar e emprestar-lhe algum para viver.

A ideia do Tio João era que o Manuel tivesse a oportunidade de construir fundações para um futuro de sucesso (tal como o seu) e que, após estar estabilizado na sua vida, lhe pagasse aos poucos o que devia. Da mesada e dos extras, porque as propinas da universidade eram oferecidas.

Aceite a proposta do Tio João, o Manuel inscreveu-se numa universidade, e todos os meses o Tio lhe dava o dinheiro. Mas o Manuel viu-se em Lisboa com dinheiro no bolso e deslumbrou-se. Tanto o dinheiro das propinas, como o da mesada gastava todo em noitadas e outras inutilidades.

Foram 5 anos maravilhosos para o Manuel. Faltava às aulas e chumbava o ano, mas divertia-se à brava com os amigos nos copos e nas férias. Como mentia sobre os resultados académicos, o Tio João premiava-o e dava-lhe mais dinheiro. Ele comprava consolas, viagens, uma mota e até um carro.

No ano em que era suposto ter acabado o curso e começar à procura de emprego, o Manuel começou a sentir-se um bocado entalado. Estava enterrado em mentiras junto do Tio João e naturalmente não conseguia arranjar um emprego que lhe permitisse liquidar as dívidas que tinha.

Durante esse ano eu e outros amigos dissemos-lhe que ele devia mudar de vida. Deixar de pedir dinheiro ao Tio João, evitar saídas à noite, tentar arranjar um trabalho honesto para começar a equilibrar as contas e, no limite, dizer a verdade. O Manuel preferiu continuar a mentir.

Passados uns meses a situação tornou-se incomportável e o Manuel teve mesmo de dizer a verdade ao Tio João. Obviamente o Tio João ficou furioso e abismado. A vontade era expulsar o Manuel de casa. Tinha-o tratado como um filho e agora descobria que o Manuel o tinha enganado.

(continua amanhã…)

Legenda:
Manuel – Portugal
Pais do Manuel – Estado Novo
Maria – MFA (Movimento Forças Armadas)
Lisboa – Pós 25 Abril 1974
Tio João – União Europeia


Manual Vitor Gaspar para tótós

03/10/2012

É pá concordo convosco, o Vitor Gaspar é um chato. Tal e qual como o António Borges, tecnicamente é muito competente mas politicamente é um falhanço. Com estas comunicações ao país não contribui nada para a nossa felicidade, e além do mais o povo não consegue entender as contas.

Mas ainda bem que há pessoas como eu, que se prestam a explicar “tim-tim por tim-tim” o porquê das coisas. Ora vejamos, com estas medidas de austeridade o Estado pretende ir buscar 2.000 M€ para corrigir as contas públicas. Esses 2.000 M€ estão distribuídos da seguinte forma:

  • Expo-98: 2.000 M€
  • BPP: 450 M€
  • TGV: 300 M€
  • Fundações: 270 M€
  • Campus Justiça de Lisboa: 250 M€
  • Centro Cultural de Belém: 200 M€
  • Aeroporto Beja: 150 M€
  • Casa da Música: 110 M€
  • Estádios Euro-2004: 100 M€
  • Infra-estruturas Euro-2004: 80 M€

É pá espera lá! Já temos mais de 2.000 M€! O total já vai quase no dobro, 3.860 M€! E eu que ainda tinha aqui mais uns “pozinhos” para colocar, tipo Edifício Transparente do Porto (15 M€) ou a Auto-Estrada Lisboa-Porto paralela há A1.

Bem, está explicado. Perceberam agora?


“Os donos (da verdade) de Portugal”

01/05/2012

Anda tudo muito excitado com o documentário que passou há dias na RTP, “Donos de Portugal“. Muitos me aconselharam a vê-lo pelo que ontem o procurei na internet e estive a assistir.

Acho incrível, mas nada surpreendente, que a maioria dos portugueses tome aquelas histórias como verdades absolutas, sem sequer por um segundo, pensar e por em causa algumas delas.

Nem o facto de o documentário ter por base um livro escrito por 4 destacados militantes do BE, conhecidos pelo seu radicalismo e demagogia, leva esses portugueses a raciocinar um pouco.

Para aqueles que não sabem, que mudaram de canal aquando do genérico, ou que preferiram fechar os olhos, os autores são Francisco Louçã, Fernando Rosas, Luís Fazenda e Cecília Honório.

Ora, perante o que conhecemos destes senhores, serão eles os donos da verdade em Portugal? Terão eles apresentado algum axioma? Serão os detentores de toda a sapiência, boa-fé, e autenticidade?

O problema é que o português precisa de uma desculpa para o seu insucesso, e pode haver melhor do que culpar o próximo? Principalmente se esse próximo for um “rico”. A velha história do papão.

Não quero com isto dizer que algumas das coisas que foram ditas no documentário não se tenham passado. Se o fizesse estava a ser igual à maioria daqueles portugueses: um cego que não quer ver.

Mas ao ter sentido crítico e pensar pela minha propria cabeça, o mínimo que posso fazer é duvidar e por em causa certas insinuações, ilações e conclusões ali tiradas pelos autores.

Para finalizar, acho inaceitável que se misturem empresários de mérito reconhecido, como Belmiro de Azevedo e Alexandre Soares dos Santos, com abutres como Ricardo Salgado ou Jardim Gonçalves.

Esta confusão propositada entre empreendedores e especuladores demonstra que o problema do BE é apenas inveja de quem tem sucesso e dinheiro. Não interessa se legítima ou ilegítimamente.


A equidade fiscal dos portugueses

02/03/2012

Não resisto a partilhar uma pérola que recebi hoje por email:

Era uma vez dez amigos que se reuniam todos os dias numa cervejaria para beber e a factura era sempre de 100 euros. Solidários, e aplicando a teoria da equidade fiscal, resolveram o seguinte:

– os quatro amigos mais pobres não pagariam nada;
– o quinto pagaria 1 €;
– o sexto pagaria 3 €;
– o sétimo pagaria 7 €;
– o oitavo pagaria 12 €;
– o nono pagaria 18 €;
– e o décimo, o mais rico, pagaria 59 €.

Satisfeitos, continuaram a juntar-se e a beber, até ao dia em que o dono da cervejaria, atendendo à fidelidade dos clientes, resolveu fazer-lhes um desconto de 20 €, reduzindo assim a factura para 80 €. Como dividir os 20 € por todos?

Decidiram então continuar com a teoria da equidade fiscal, dividindo os 20 € igualmente pelos 6 que pagavam, cabendo 3,33 € a cada um. Depressa verificaram que o quinto e sexto amigos ainda receberiam para beber.

Gerada alguma discussão, o dono da cervejaria propôs a seguinte modalidade que começou por ser aceite:

– os cinco amigos mais pobres não pagariam nada;
– o sexto pagaria 2 €, em vez de 3, poupança de 33%;
– o sétimo pagaria 5 €, em vez de 7, poupança de 28%;
– o oitavo pagaria 9 €, em vez de 12, poupança de 25%;
– o nono pagaria 15 €, em vez de 18.
– o décimo, o mais rico, pagaria 49 €, em vez de 59 €, poupança de 16%.

Cada um dos seis ficava melhor do que antes e continuaram a beber. No entanto, à saída da cervejaria, começaram a comparar as poupanças.

– Eu apenas poupei 1 € (disse o sexto amigo) enquanto tu (apontando para o décimo) poupaste 10 €!… Não é justo que tenhas poupado 10 vezes mais…
– E eu apenas poupei 2 € (disse o sétimo amigo) enquanto tu (apontando para o décimo) poupaste 10 €!…Não é justo que tenhas poupado 5 vezes mais!…

E os 9 em uníssono gritaram que praticamente nada pouparam com o desconto do dono da cervejaria. “Deixámo-nos explorar pelo sistema e o sistema explora os pobres”, disseram. E rodearam o amigo rico e maltrataram-no por os explorar.

No dia seguinte, o ex-amigo rico “emigrou” para outra cervejaria e não compareceu, deixando os nove amigos a beber a dose do costume. Mas quando chegou a altura do pagamento, verificaram que só tinham 31 €, que não dava sequer para pagar metade da factura!… Aí está o sistema de impostos e a equidade fiscal.

Os que pagam taxas mais elevadas fartam-se e vão começar a beber noutra cervejaria, noutro país, onde a atmosfera seja mais amigável!…

David R. Kamerschen, Ph.D. – Professor of Economics, University of Georgia


O novo resgate e o Interesse Nacional

24/02/2012

Aqueles que habitualmente vemos falar de “Interesse Nacional” e de como é importante colocar o “Interesse Nacional à frente de todos os outros interesses” são os mesmos que por estes dias bradam que Portugal precisará de novo resgate financeiro.

Sabem eles melhor do que nós que provavelmente o país precisará de nova ajuda. Não por culpa própria (por não cumprir MoU) mas por outra ordem de razões. E aproveitam agora para depois poderem dizer “eu bem avisei” e sair bem na “fotografia”.

Isto demonstra bem a falta de coerência dessas pessoas, que com este tipo de declarações, o que está a fazer é precisamente o contrário daquilo que apregoa. Estão a colocar a sua imagem e interesse à frente da imagem e interesse do país.

O que Portugal precisa neste momento é, não só de cumprir o MoU, como também passar uma imagem de credibilidade, seriedade. E não de estar já displicente, com os olhos postos em novo resgate. (Nota: Falo obviamente de Ferreira Leite, Silva Lopes, etc.)


O Governo não nos consegue tirar do buraco

21/02/2012

Segundo os números disponibilizados o PIB português, ou seja, a riqueza gerada em Portugal é de 170.000 M€. A Dívida Pública ascende a 100% do PIB, ou seja, 170.000 M€. A Dívida Privada ascende a 200% do PIB, ou seja, 340.000 M€.

Portugal gera anualmente 170.000 M€, mas tem dívidas que ultrapassam 500.000 M€. Mais: nos últimos 20 anos, a média do défice das contas públicas tem sido de 5%. Anualmente o Estado gasta mais 8.500 M€ do que aquilo que produzimos.

Daqui se pode ver que o nosso problema financeiro não se resolverá com a venda da EDP (apenas 3.000 M€), com o corte de subsídios de férias e natal (apenas 1.000 M€), com a venda da REN (apenas 600 M€) ou com outras medidas recentes.

Não há dúvida que estas medidas são muito necessárias, mas infelizmente não suficientes. Portugal só sairá do buraco com mais trabalho, mais produtividade, mais competitividade, mais exportações. Mas isso não se faz por decreto.

Compete ao Governo criar condições. O que pode fazer é implementar reformas estruturais: Na Justiça, para criar confiança; Na Educação, para gerar conhecimento; Na Economia, para atrair investimento; Na Saúde, para melhorar o bem-estar.

O Governo está a fazer a sua parte (nalguns sectores bem encaminhada, noutros ainda com muito a percorrer), mas o resto compete a todos os portugueses. Como se pode ver pelos números acima, o problema não pode ser resolvido apenas pelo Governo.


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