Nunca fui cliente do BES. Nunca gostei do BES. Nunca fui com a cara do Ricardo Salgado. Coincidência ou não, sou cliente dos únicos dois bancos que (ainda) não mostraram dificuldades: Santander Totta e BPI.
Quando estava na Novabase, trabalhei em dois projectos do BES (no BEST e no BESI). Odiava o ambiente no banco. Aliás, pedi mesmo para saír do segundo projecto.
Estive contra qualquer nacionalização ou salvação de bancos quando a crise rebentou. BPN, BPP, BCP.
Mas agora que o BES está em dificuldades… o que é feito do “Risco Sistémico”?
Aquele que levou o governo socialista (com a conivência de outros responsáveis políticos de todos os quadrantes políticos) a decidir salvar/nacionalizar esses bancos?
Aquele que obrigou os portugueses absorver (e pagar!) os milhares de milhōes de euros dos buracos negros criados por má gestão e ilegalidades?
Havia risco sistémico quando se tratava de bancos menores, e agora não há quando se trata do maior banco privado português?
Por aqui se vê que não havia risco sistémico nenhum. Houve foi um primeiro-ministro e um governo (e outros responsáveis políticos) que quiseram encobrir os crimes que foram cometidos nesses bancos, e que arrastariam muitos deles.
Desta vez, há um governo que parece não ter esse receio. E portanto disse não. Não irá usar dinheiro dos portugueses para corrigir má gestão e hipotéticas ilegalidades num banco privado.
O tempo continua a mostrar que Passos Coelho continua a surpreender, pela positiva. O tempo continua a mostrar que José Sócrates foi um péssimo primeiro-ministro, que desgraçou Portugal.