Alguns ainda se deixarão surpreender por notícias como a que o Observador (e bem) publicou hoje: Carrinhas, listas e cacicagem. Todos os detalhes da guerra pelo poder no PSD/Lisboa
Outros, já não só, não se deixam surpreender como admitem o cacique como práctica corrente e, ainda pior, como prática aceitável e incontornável.
Já muito escrevi neste blog sobre caciques. E sobre aqueles que o praticam. Nomeadamente no PSD Santo Tirso – que é o exemplo que conheço mais de perto.
Um exemplo foi o de Abril de 2014, onde num artigo para um jornal local escrevi que o PSD Santo Tirso teria sido “atacado por várias doenças” nomeadamente um “fatal Cancro do Cacique“.
Esta é, na minha opinião, a primeira razão pela qual Portugal está moribundo, e a caminho do abismo. Que acabará, mais tarde ou mais cedo, em forma de ditadura (comunista ou fascista).
E é, porque o estado do país se deve em muito à má estratégia, às más políticas, às más decisões, tomadas pelas pessoas que estão à frente do governo de Portugal.
Não só as que estão no Governo da República mas também aquelas que estão nos lugares de liderança de outros orgãos (políticos, empresariais, judiciais), nomeados pelos primeiros.
Esses que na esmagadora maioria dos casos, emergiram dos partidos políticos, nos quais a única forma de chegar às lideranças e lugares de decisão, parece ser o tal cacique.
Da maneira como os partidos estão organizados, são os tais que promovem e controlam os caciques, que decidem quem será o candidato à Junta, à Câmara, à Assembleia da República.
E serão depois os mesmos a decidir quem será o nomeado para a Direcção Geral, o Governos Civil, a CCDR, e muitas outras instituições e orgãos que governam o país.
A verdade é que não há cacique sem “carneiros”. Se quem promove e controla o cacique tem falta de carácter, o que dizer daqueles que se deixam levar em carrinhas para votar.
Esses são, para mim, tão maus ou piores. É preciso ser-se muito invertebrado para deixar que outros pensem pela sua própria cabeça. Para se vender por “um prato de lentilhas”.
Da mesma forma, aqueles que são coniventes com o cacique, ou que se aproveitam dele sem “sujarem” as mãos, são também gente muito pouco recomendável.
É também por isso que sempre defendi, que a responsabilidade do estado do país não é exclusiva dos políticos. Mas de todos os portugueses. Nomeadamente dos acima mencionados.
Mas também daqueles que se deixam vencer por estas práticas e estas pessoas. Aqueles que, ao saber do cacique, desistem de lutar e deixam a coisa acontecer. Também esses são culpados.
É por isso que, apesar de me doer muito, nunca deixei de me fazer ouvir, e de agir. Não só a nível nacional, mas acima de tudo na minha localidade, em Santo Tirso.
Candidatei-me várias vezes contra os caciques. Perdi sempre. Testemunhei os autocarros. Dei de caras com muitos “carneiros”. Provei a desfaçatez e falta de vergonha de quem promove e controla os caciques.
Tenho muita pena que o meu partido, o de Francisco Sá Carneiro, se tenha tornado nisto. E é por isso que não apoio candidatos que, tenho a certeza, sairam deste lamaçal.
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