O feriado do 25 Abril é Arcaico, Obsoleto, Patético e Hipócrita

25/04/2017

Vou voltar a repetir o que já escrevi variadíssimas vezes, desde a criação deste blogue, a propósito do 25 de Abril.

Já passaram 43 anos desde o 25 de Abril de 1974, mas Portugal continua a ter um gigantesco lastro da revolução dos cravos, que impede o país de andar para a frente e se desenvolver. Uma âncora enorme e bem enterrada. Umas amarras ao passado que não permitem ao país conquistar o futuro.

No feriado do 25 de Abril o que se pode assinalar é apenas a conquista de um sistema eleitoral. Nada mais. Porque continuamos a não poder assinalar a conquista da verdadeira Democracia, da verdadeira Liberdade, da verdadeira Justiça Social.

E os maiores culpados disso são os arlequins que neste dia fazem a maior festa. Os políticos que durante o ano inteiro, na sua maioria, tratam das suas vidinhas. Na Assembleia da República, nas Câmaras Municipais, nas Assembleias de Freguesia. E que depois, neste dia, falam de grandes valores nas “casas da democracia”. As mesmas que servem para os seus negócios e jogos partidários.

E depois, todos os anos é a mesma conversa, quando se aproxima o feriado do 25 de Abril. Certos sectores querem apoderar-se da data e deixar o resto da sociedade portuguesa de fora, como se o tal “dia da Liberdade” fosse só deles. Como se fossem donos da tal Liberdade.

Ora, como bem disse a JSD há uns anos atrás “se a liberdade tivesse dono, era uma ditadura”. O feriado do 25 de Abril é um dia em que não se trabalha. Um dia em que basicamente se comemora a altura em que se começou a ter direito a tudo, sem ter de se fazer nada por isso.

O Luís Cirílo, no seu blogue Depois Falamos, foi assertivo há uns anos atrás, num post sobre o tema. Um país que não celebra a conquista da sua própria independência (24 Junho 1128) e que deixou de celebrar a sua própria reconquista (1 Dezembro 1640), continua agarrado àquilo que foi apenas uma saudável mudança de regime, e que é agora, claramente, uma pedra na engrenagem.

Podem chamar-me o que quiserem, até fascista, pouco me importa. Sou um democrata incondicional e acho que os festejos do 25 de Abril de 1974 são arcaicos e estão obsoletos. Mais, este permanente saudosismo é patético e hipócrita.


O feriado do 25 Abril é patético e hipócrita

26/05/2014

Artigo de opinião publicado na edição de Maio 2014 do jornal Notícias de Santo Tirso

O 25 de Abril de 1974 foi há 40 anos! Mas Portugal continua a ter um gigantesco lastro da revolução dos cravos, que impede o país de andar para a frente e se desenvolver. Uma âncora enorme e bem enterrada. Umas amarras ao passado que não permitem ao país conquistar o futuro.

O que se pretende festejar no feriado do 25 de Abril? Um sistema eleitoral conquistado em 1974? Só se for isso porque continuamos a não poder festejar a conquista da verdadeira Democracia, da verdadeira Liberdade, da verdadeira Justiça Social.

E os maiores culpados são os arlequins que neste dia fazem a maior festa. Os políticos que durante o ano inteiro, na sua maioria, tratam das suas vidinhas, neste dia falam de grandes valores na casa da democracia. A mesma que serve para os seus negócios e jogos partidários.

E qual a Liberdade que tantos bradam? Será Liberdade uma pessoa não poder ir sozinha ao Estádio da Luz com um cachecol do FC Porto (e vice-versa) para ver um jogo de futebol, sem correr o risco de ser insultada ou agredida?

Será Liberdade não poder saír de noite em segurança, sem correr o risco de ser assaltado, violado ou até assassinado? Será Liberdade não poder discordar do patrão, do director ou de qualquer outro superior hierárquico na empresa, sem correr o risco de ser ostracizado ou despedido?

Será Liberdade não conseguir emprego e ser discriminado por causa da idade, género, cor, religião ou deficiência? Será Liberdade um doente ir de Amarante ao Porto numa ambulância, em apenas 30 minutos e depois chegar ao Hospital São João e esperar horas num corredor?

Será Liberdade existirem meios de comunicação social controlados por governos, partidos políticos e outros interesses? Será Liberdade um homem matar (ou mandar matar) pessoas e não só ficar impune como, para além disso, ser condecorado e sustentado por aqueles que aterrorizou?

Será Liberdade milhões de portugueses trabalharem o ano inteiro e verem metade do seu rendimento ir para impostos, que depois são esbanjados por políticos irresponsáveis, ao invés de os ver investidos em Educação, Saúde, Justiça, Segurança?

E todos os anos é a mesma conversa quando se aproxima o feriado do 25 de Abril. Certos sectores querem apoderar-se da data e deixar o resto da sociedade portuguesa de fora, como se o tal dia da Liberdade fosse só deles. Como se fossem donos da tal Liberdade.

Ora, como bem disse a JSD há uns anos atrás “ se a liberdade tivesse dono, era uma ditadura“. O feriado do 25 de Abril é um dia em que não se trabalha. Um dia em que basicamente se comemora a altura em que se começou a ter direito a tudo, sem ter de se fazer nada por isso.

Um país que não celebra a conquista da sua própria independência (24 Junho 1128) e que deixou de celebrar a sua própria reconquista (1 Dezembro 1640), continua agarrado àquilo que foi apenas uma saudável mudança de regime, e que é agora, claramente, uma pedra na engrenagem.

Podem chamar-me o que quiserem, até fascista, pouco me importa. Sou um democrata incondicional e acho que os festejos do 25 de Abril de 1974 são arcaicos e estão obsoletos. Mais, este permanente saudosismo é patético e hipócrita.


#25Abril – Será isto Liberdade?

25/04/2012

Todos os anos é a mesma conversa quando se aproxima o dia 25 de Abril. Certos sectores querem apoderar-se da data e deixar o resto da sociedade portuguesa de fora, como se o Dia da Liberdade fosse só deles.

Ora, como bem disse a JSD “Se a liberdade tivesse dono, era uma ditadura“. E por isso torna-se absolutamente incompreensível o facto de alguns dos actores da revolução quererem a exclusividade desta data.

Para além disso há outra coisa que não consigo compreender neste dia. O facto de tanta e tanta gente bradar pelas Liberdades (Liberdade individual, Liberdade de expressão, etc.) conquistada em 25 Abril 1974.

Mas qual Liberdade? Qual Liberdade? Qual Liberdade? De que Liberdade falam estas pessoas? 33 anos e meio depois de nascer, ainda não consegui perceber de que Liberdades falam? Ainda não as consegui encontrar!

Será Liberdade uma pessoa não poder ir sozinha ao Estádio da Luz com um cachecol do FC Porto (e vice-versa) para ver um jogo de futebol, sem ser insultada ou agredida?

Será Liberdade uma pessoa não poder saír à noite, em segurança, na sua própria cidade ou vila, sem correr o risco de ser assaltada, violada ou até mesmo assassinada?

Será Liberdade uma pessoa não poder discordar do patrão, do director ou de qualquer outro superior hierárquico na sua empresa, sem correr o risco de ser ostracizada ou despedida?

Será Liberdade uma pessoa não conseguir emprego e ser discriminada por causa da sua idade, do seu sexo, da sua cor de pele, da sua religião ou da sua deficiência?

Será Liberdade uma pessoa (doente ou acidentada) ir de Amarante ao Porto numa ambulância, em apenas 30 minutos e depois chegar ao Hospital São João e esperar horas numa maca, num corredor?

Será Liberdade um jovem não poder ambicionar uma vida melhor, e ter de desistir dos estudos, apenas porque teve o azar de não nascer em berço de ouro?

Será Liberdade dezenas de pessoas não conseguirem crédito no banco para criar o seu negócio, porque esse crédito foi gasto para o Joe Berardo brincar aos ricos?

Será Liberdade termos os meios de comunicação social (criados há séculos para fiscalizar os que detinham o poder) controlados por governos, partidos políticos e outros interesses?

Será Liberdade um homem matar (ou mandar matar) pessoas e não só ficar impune como, para além disso, ser condecorado e sustentado por aqueles que aterrorizou?

Será Liberdade uma pessoa pagar cada vez mais impostos, e ver esse dinheiro esbanjado por Isaltinos, Varas, e RP Soares ao invés de os ver investidos em Educação, Saúde, Justiça, Segurança?

Por fim transcrevo duas frases certeiras que dois amigos escreveram hoje nas redes sociais, a propósito deste dia:

Hoje não se trabalha, um dia em que se comemora (entre outras coisas mais nobres) a época de se ter direito a tudo, sem se fazer nada por isso“.

Num país em que não se celebra a conquista da independência (1128) e em que se deixou de celebrar a sua reconquista (1640), que sentido faz comemorar aquilo que foi “apenas” uma saudável mudança de regime?


A farsa do 25 de Abril (reloaded)

25/04/2011

Transcrevo aqui o que postei no dia 25 de Abril de 2010:

Podem chamar-me o que quiserem, até fascista, pouco me importa. Sou um democrata incondicional mas acho que os festejos do 25 de Abril de 1974 são arcaicos e estão obsoletos. Enquanto não soltarmos estas amarras do passado não conseguiremos conquistar o futuro.

Em vez de estarmos permanentemente a viver (com saudosismo) o 25 de Abril de 1974, devíamos trabalhar e lutar para podermos viver (com felicidade) os 25 de Abril de 2010, 2011… 2050, etc.

É que além do mais somos todos uns hipócritas. O que festejamos é um sistema eleitoral conquistado em 25 de Abril de 1974, mas continuamos a não poder festejar a conquista da verdadeira democracia, da verdadeira liberdade, da verdadeira justiça social.

E os maiores culpados desta situação são os arlequins que neste dia fazem a maior festa de todas. Os políticos que durante 364 dias “comem o sono” e “tratam das suas vidinhas”, vêm neste dia falar de grandes valores na “casa da democracia” (a tal onde se insultam uns aos outros durante o resto do ano).


%d bloggers gostam disto: