Vou voltar a repetir o que já escrevi variadíssimas vezes, desde a criação deste blogue, a propósito do 25 de Abril.
Já passaram 43 anos desde o 25 de Abril de 1974, mas Portugal continua a ter um gigantesco lastro da revolução dos cravos, que impede o país de andar para a frente e se desenvolver. Uma âncora enorme e bem enterrada. Umas amarras ao passado que não permitem ao país conquistar o futuro.
No feriado do 25 de Abril o que se pode assinalar é apenas a conquista de um sistema eleitoral. Nada mais. Porque continuamos a não poder assinalar a conquista da verdadeira Democracia, da verdadeira Liberdade, da verdadeira Justiça Social.
E os maiores culpados disso são os arlequins que neste dia fazem a maior festa. Os políticos que durante o ano inteiro, na sua maioria, tratam das suas vidinhas. Na Assembleia da República, nas Câmaras Municipais, nas Assembleias de Freguesia. E que depois, neste dia, falam de grandes valores nas “casas da democracia”. As mesmas que servem para os seus negócios e jogos partidários.
E depois, todos os anos é a mesma conversa, quando se aproxima o feriado do 25 de Abril. Certos sectores querem apoderar-se da data e deixar o resto da sociedade portuguesa de fora, como se o tal “dia da Liberdade” fosse só deles. Como se fossem donos da tal Liberdade.
Ora, como bem disse a JSD há uns anos atrás “se a liberdade tivesse dono, era uma ditadura”. O feriado do 25 de Abril é um dia em que não se trabalha. Um dia em que basicamente se comemora a altura em que se começou a ter direito a tudo, sem ter de se fazer nada por isso.
O Luís Cirílo, no seu blogue Depois Falamos, foi assertivo há uns anos atrás, num post sobre o tema. Um país que não celebra a conquista da sua própria independência (24 Junho 1128) e que deixou de celebrar a sua própria reconquista (1 Dezembro 1640), continua agarrado àquilo que foi apenas uma saudável mudança de regime, e que é agora, claramente, uma pedra na engrenagem.
Podem chamar-me o que quiserem, até fascista, pouco me importa. Sou um democrata incondicional e acho que os festejos do 25 de Abril de 1974 são arcaicos e estão obsoletos. Mais, este permanente saudosismo é patético e hipócrita.