Para contextualizar, recordo que há cerca de 10 anos o Ministro do Ambiente de então, José Sócrates, decidiu criar em várias zonas do país aterros sanitários e de resíduos. Rapidamente se instalou a confusão pelo facto de haver poucos factos a sustentar a decisão, por ela ter sido tomada à pressa, e por haver interesses obscuros pelo meio.
Estive por dentro do processo que levava à criação de um aterro no concelho da Figueira da Foz. Na altura a Junta de Freguesia (PS) a Câmara Municipal (PSD) e especialistas da Univ. Coimbra deram pareceres negativos. Isto porque o local ficava abaixo da linha do mar, a menos de 1,5 Km de uma povoação e a menos de 500m do rio Mondego.
Travou-se uma luta (liderada pelo então Presidente da Junta) desigual entre a população e o Governo, e conseguiu-se suspender o avanço do aterro. Para isso foi preciso que vários intervenientes vincassem bem a sua honestidade e integridade, não cedendo a interesses obscuros ou lobbys.
Passados estes anos soube-se nos bastidores que a Câmara Municipal (agora PS) e a Junta de Freguesia (agora PSD) dariam o aval para o avanço do aterro. Provavelmente cedendo aos tais interesses obscuros e lobbys, porque os contras da localização são evidentes. Mas a população está atenta e, por enquanto, continua tudo suspenso.
No entanto, o que importa nesta história é denunciar a cara de pau do actual presidente da Junta que esta semana veio, numa entrevista ao Diário de Coimbra, dizer que foi ele que ganhou a luta antiga e árdua de não deixar avançar o aterro.
Logo ele que: não mexeu uma palha na luta pela suspensão do aterro; por trás, tentou até boicotar algumas acções dos que lutavam; concordou que o aterro avançasse quando tomou posse em 2009… haja descaramento !!!
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