Onde está o risco sistémico?

04/07/2014

Nunca fui cliente do BES. Nunca gostei do BES. Nunca fui com a cara do Ricardo Salgado. Coincidência ou não, sou cliente dos únicos dois bancos que (ainda) não mostraram dificuldades: Santander Totta e BPI.

Quando estava na Novabase, trabalhei em dois projectos do BES (no BEST e no BESI). Odiava o ambiente no banco. Aliás, pedi mesmo para saír do segundo projecto.

Estive contra qualquer nacionalização ou salvação de bancos quando a crise rebentou. BPN, BPP, BCP.

Mas agora que o BES está em dificuldades… o que é feito do “Risco Sistémico”?

Aquele que levou o governo socialista (com a conivência de outros responsáveis políticos de todos os quadrantes políticos) a decidir salvar/nacionalizar esses bancos?

Aquele que obrigou os portugueses absorver (e pagar!) os milhares de milhōes de euros dos buracos negros criados por má gestão e ilegalidades?

Havia risco sistémico quando se tratava de bancos menores, e agora não há quando se trata do maior banco privado português?

Por aqui se vê que não havia risco sistémico nenhum. Houve foi um primeiro-ministro e um governo (e outros responsáveis políticos) que quiseram encobrir os crimes que foram cometidos nesses bancos, e que arrastariam muitos deles.

Desta vez, há um governo que parece não ter esse receio. E portanto disse não. Não irá usar dinheiro dos portugueses para corrigir má gestão e hipotéticas ilegalidades num banco privado.

O tempo continua a mostrar que Passos Coelho continua a surpreender, pela positiva. O tempo continua a mostrar que José Sócrates foi um péssimo primeiro-ministro, que desgraçou Portugal.


BPN, BIC, Totta, Santander… curiosidades

02/08/2011

Não entendo o alarido que aí vai por causa da venda do BPN por 40 M€ ao BIC. Lembro-me bem de, por uma ou duas vezes, ter ouvido o Min. das Finanças de Portugal dizer que o Estado não tinha posto 1€ no BPN.

Fazendo fé nas palavras de Fernando Teixeira dos Santos (para os mais distraídos, era ele o Min. das Finanças do Governo liderado por José Sócrates) quer dizer que no final de contas o Estado lucrou 40 M€.

A propósito de bancos e da sua venda veio-me à memória outro episódio. Lembro-me de há uns anos atrás ter havido muito alarido à volta da venda do Banco Totta aos Espanhóis do Santander. Estávamos a ser invadidos.

Hoje, os governantes (tanto os do Governo PSD/CDS como os do anterior Governo PS) andam em tour a tentar vender as maiores empresas portuguesas (ditas até “Estratégicas”) aos Angolanos e Brasileiros.

Sobre a seriedade e credibilidade de tais investidores. Sobre a verdadeira fonte dos dinheiros desses senhores. Nada a dizer. Nem uma palavra. Estaremos a ser invadidos por eles? Oh não! Que parvoíce!


#BPN e os gestores + competentes que Cadilhe

07/01/2011

Cavaco Silva fez o negócio lícito das acções da SLN em 2003 quando não recaiam nenhumas suspeitas sobre o BPN, nem sequer por parte do regulador (Banco de Portugal, presidido por Vitor Constâncio) que todos os anos lhe certificava as contas.

Em 2008 o Governo PS decidiu nacionalizar o BPN depois de rejeitar uma proposta do competentísimo Miguel Cadilhe – à época presidente do BPN escolhido pelos accionistas para salvar o banco – que dizia ter plano de recuperação.

O Ministro Teixeira dos Santos rejeitou proposta de Miguel Cadilhe – que pedia 600 M€ – com base numa carta de Vitor Constâncio que dizia ser um absurdo a quantia pedida. Escreveu Constâncio que 400 M€ eram mais do que suficientes.

Até hoje, depois da nacionalização, foram enterrados no BPN 5,5 mil M€, consequência da gestão dos competentes(?) gestores públicos que foram escolhidos para implementar o plano de salvação desenhado pelo Governo (e pela CGD?).


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