A poeira das eleições Autárquicas 2013 assentou. E as memórias (sempre curtas e selectivas) já se apagaram – ou pelo menos assim pensam os dirigentes do PSD Santo Tirso.
Dessa forma, e tal como eu tinha previsto, está na hora de o PSD Santo Tirso começar a tratar das eleições internas, que aliás já deviam ter tido lugar há muito tempo.
Claro que, como previsto, os responsáveis pela desgraça do partido nos últimos anos e nas últimas eleições se apresentam novamente, sem qualquer tipo de pudor.
Tal como escrevi, quem se afigura para assumir a presidência é Andreia Neto. Que apesar de continuar deputada em Lisboa, já arranjou afinal tempo para a concelhia.
Com Andreia Neto devem continuar os mesmos do costume: Alírio Canceles, José Manuel Machado, Manuel Mirra, Rui Baptista, e outros que tais. Sem qualquer pejo.
Mas e se aparecesse outra candidatura? Será que aquela comandita corria o risco de ser afastada? Éh lá… eles não podem correr esse risco. A política é o pão nosso.
Vai daí, e antes que alguém se lembre de apresentar candidatura, toca a atacar os eventuais concorrentes. Quem poderia ser? Logo à cabeça, Zé Pedro Miranda.
No jornal Notícias de Santo Tirso, o PSD pela mão de Alírio Canceles, faz publicar uma carta aos militantes com a única intenção de atacar, pessoalmente, Zé Pedro Miranda.
Acusa-o de ter tido todo “o tempo, as condições e o apoio incondicional do PSD de Santo Tirso” bem como de “liberdade total para escolher a equipa com quem pretendia trabalhar”.
E diz também que apesar disso, e de a “freguesia de Santo Tirso ter o dobro dos eleitores das restantes” freguesias da união, Zé Pedro Miranda perdeu as eleições.
Ou seja, com uma subtileza muito pouco subtil, tenta insinuar que Zé Pedro Miranda perdeu as eleições por pura incapacidade pessoal, já que tudo o resto estava lá.
Mais à frente acusa Zé Pedro Miranda de querer ser um “militante de primeira” apenas por este ter dito que não teria de gostado de saber da candidatura de Alírio pelos jornais.
O pé na cabeça vem ainda mais declarado no último parágrafo “O PSD não ganhou a câmara e perdeu a sua principal junta de freguesia. O PS manteve a câmara e recuperou a junta de Santo Tirso. Isto é que fica para a história!”
Já hoje foi a vez de Carlos Pacheco. Ele que, como também já aqui escrevi, tem vindo a tentar demarcar-se da actual Comissão Política para arranjar espaço para se candidatar.
Claro que Zé Pedro Miranda seria um grande entrave à sua estratégia, pelo que também convém navegar esta onda e atacar o mítico, querido e respeitado militante do PSD.
Vai daí, como quem não quer a coisa, escreveu no Facebook a dar os parabéns ao “amigo Jorge Gomes” dizendo que “É de gente trabalhadora que o nosso concelho precisa”.
E aproveita para dar outra tacada em Zé Pedro Miranda: “Admito que ao ver os resultados eleitorais fiquei surpreendido, no entanto, depois de acompanhar o trabalho do Jorge nos últimos meses, aliado ao que li na entrevista do candidato derrotado do PSD, facilmente percebi o referido resultado!”.
Faltam-me adjectivos para qualificar esta súcia que dirige o PSD Santo Tirso. É uma gente sem vergonha, sem moral e sem valores. Vil, infame e egoísta.
Até há bem pouco tempo, quando Zé Pedro Miranda era presidente da maior Junta de Freguesia do concelho, e um dos militantes mais considerados, eram todos amigos e sorrisos.
Agora que perdeu as eleições (quanto a mim, não só mas também por ter escolhido andar ao lado desta gente) já lhe cospe em cima, com medo que ele apareça a tirar-lhes o lugar.