Hoje, através do Facebook, dei com uma petição pública. Mais uma. Desde que esta ferramenta foi criada online, e tem de facto validade, não param de ser criadas petições para tudo e para nada. A maioria é despropositada, estúpida e sem sentido.
Algumas são tão imbecis que chegam a ser patéticas, como aquela que pretendia demitir o Presidente da República. Como se fosse possível uma petição assinada por uns milhares de pobres de espírito, sobrepor-se ao voto expresso de milhões de portugueses.
Esta de que falo tem como título “José Pedro Moreda Miranda para Presidente da Câmara de Santo Tirso“. Ou seja, pretende criar uma vaga de fundo para que arranque uma candidatura do Zé Pedro Miranda à Câmara, nas eleições autárquicas de 2013.
Antes de mais quero fazer uma declaração de interesses. Sou amigo do Zé Pedro há muitos anos. Admiro-o como pessoa, profissional e político. Fiz parte do grupo restrito de pessoas que impulsionou e apoiou desde a 1ª hora o seu recente percurso político.
Pelo Zé Pedro já fiz de tudo. Desde organizar e participar em comícios e sessões de esclarecimento, passando pela elaboração de programas eleitorais e gestão da candidatura, terminando na habitual campanha de distribuição de panfletos e colagem de cartazes.
No entanto acho completamente despropositada e ridícula esta petição que agora lançam. Não duvido que quem a criou o tenha feito com a melhor das intenções, mas deveria ter pensado melhor e percebido que não ajudará e, pelo contrário, pode até prejudicar.
Explico já porque pode prejudicar. Com a proliferação (de que falei no 1° parágrafo) de petições para tudo e para nada as pessoas (tal como eu) começam a ficar fartas e a desacreditar-se nesta ferramenta. E sendo assim não se dinamizam para assinar.
Uma petição desta índole com poucas assinaturas (umas centenas, uns poucos milhares que sejam), servirá não só para os adversários ridicularizarem o Zé Pedro, mas também para os responsáveis por escolher o candidato descartarem desde logo o seu nome.
Alguns dirão que ele poderá (e quiçá deverá) montar uma candidatura abrangente e independente, e por isso não precisará dos partidos. Eu digo que conhecendo o Zé Pedro como conheço, duvido muito que ele alguma vez embarque numa candidatura concorrente ao PSD.
E como está mais do que visto (e eu já o escrevi várias vezes), o PSD já tem candidato definido há muito tempo. E esse candidato está longe de recuar ou ceder o lugar a quem quer que seja. E sinceramente, não o censuro por isso. Tem toda a legitimidade.
Aliás, quem conhece bem o Zé Pedro, sabe que ele não é homem de “vagas de fundo”. Ele só será candidato se quiser, se sentir uma força, um chamamento dentro dele. Nunca será candidato empurrado, ou baseado numa decisão tomada com emoção e sem razão.
Fala-vos quem sabe e quem já passou por isso. Não cometo nenhuma inconfidência se disser que tanto na candidatura à Junta, como nas vezes em que falamos de hipotéticas candidaturas à Câmara, o Zé Pedro nunca vacilou ou abdicou do seu espaço de ponderação.
Muitos de vós conhecem a minha opinião. Com o concelho a afundar-se cada vez mais pela gestão do PS, e com o abandono forçado de Castro Fernandes, 2013 era uma boa oportunidade para o PSD ganhar a Câmara e colocar Santo Tirso no rumo do desenvolvimento.
E tal como disse a muitos de vós em várias ocasiões, acho que o Zé Pedro seria talvez a melhor pessoa para liderar esse processo de mudança. Mas não é isso que manifestamente vai acontecer. Portanto não vale a pena forçar a coisa e desgastar a imagem do Zé Pedro.
Infelizmente, isto quer dizer que (nas mãos do PS ou do PSD) Santo Tirso perderá mais 4 anos. Continuará a dirigir-se para o abismo e para o empobrecimento até pelo menos 2017. E ficam todos muito revoltados? Foi pena só terem pensado nisso agora. É tarde demais.
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