O Governo criou um grupo designado “Grupo de Projecto para as Tecnologias de Informação e Comunicação” que tem por objecto elaborar um plano estratégico para as TIC na Administração Pública, bem como analisar o que já foi feito.
Segundo o Executivo, a falta de uma estratégia global levou ao “crescimento emergente, desregrado, não sistematizado e integrado das despesas das TIC na Administração Pública” o que “resultou em avultados encargos nos últimos anos”.
Não tenho dúvida de que estas afirmações são verdade. Os governantes dos últimos anos quiseram fazer depressa para mostrar “obra”, não trabalhavam em equipa, tinham prioridades invertidas, e desprezavam os custos.
A verdade é que muita coisa foi feita, e que em alguns casos melhorou substancialmente a eficácia e eficiência de certos processos. Mas o facto é que é preciso investir em sectores prioritários, integrar, e racionalizar custos.
É absolutamente imprescindível investir principalmente nos sectores da Justiça e da Saúde. A informatização de certos processos, a criação de bases de dados e a integração de várias aplicações, ajudará à reforma dos sectores.
Os frequentes atrasos, os muitos equívocos, ou a permanente falta de informação, e da sua partilha, seriam resolvidos com o recurso a sistemas de informação que, como ninguém, recolhem, processam e transmitem informação.
Além disso, toda a informação estaria mais segura, mais organizada e mais acessível. E, como se sabe, informação de boa qualidade é o primeiro passo para uma boa tomada de decisão. Seja do juiz, seja do médico, ou outro.
O grupo criado pelo Governo é constituído por meia-dúzia de elementos. Nomeados pelo PM, pela Presidência do Conselho de Ministros e por outras entidades públicas ligadas ao tema. Poderão portanto ser “parciais”.
Aconselhava-se que o Governo valorizasse também outras propostas. Como por exemplo o estudo (idealizado por Diogo Vasconcelos) que a APDC elaborou e onde apresenta 6 medidas que permitem poupanças de 11.000 M€ em 3 anos utilizando as TIC.