Precisa-se investimento em TIC na Admin. Pública

14/11/2011

O Governo criou um grupo designado “Grupo de Projecto para as Tecnologias de Informação e Comunicação” que tem por objecto elaborar um plano estratégico para as TIC na Administração Pública, bem como analisar o que já foi feito.

Segundo o Executivo, a falta de uma estratégia global levou ao “crescimento emergente, desregrado, não sistematizado e integrado das despesas das TIC na Administração Pública” o que “resultou em avultados encargos nos últimos anos”.

Não tenho dúvida de que estas afirmações são verdade. Os governantes dos últimos anos quiseram fazer depressa para mostrar “obra”, não trabalhavam em equipa, tinham prioridades invertidas, e desprezavam os custos.

A verdade é que muita coisa foi feita, e que em alguns casos melhorou substancialmente a eficácia e eficiência de certos processos. Mas o facto é que é preciso investir em sectores prioritários, integrar, e racionalizar custos.

É absolutamente imprescindível investir principalmente nos sectores da Justiça e da Saúde. A informatização de certos processos, a criação de bases de dados e a integração de várias aplicações, ajudará à reforma dos sectores.

Os frequentes atrasos, os muitos equívocos, ou a permanente falta de informação, e da sua partilha, seriam resolvidos com o recurso a sistemas de informação que, como ninguém, recolhem, processam e transmitem informação.

Além disso, toda a informação estaria mais segura, mais organizada e mais acessível. E, como se sabe, informação de boa qualidade é o primeiro passo para uma boa tomada de decisão. Seja do juiz, seja do médico, ou outro.

O grupo criado pelo Governo é constituído por meia-dúzia de elementos. Nomeados pelo PM, pela Presidência do Conselho de Ministros e por outras entidades públicas ligadas ao tema. Poderão portanto ser “parciais”.

Aconselhava-se que o Governo valorizasse também outras propostas. Como por exemplo o estudo (idealizado por Diogo Vasconcelos) que a APDC elaborou e onde apresenta 6 medidas que permitem poupanças de 11.000 M€ em 3 anos utilizando as TIC.


Com a morte do Diogo, esmoreceu a minha esperança

08/07/2011

O dia de hoje começou como habitualmente. Levantei-me, tomei banho, saí de casa para o trabalho, e no autocarro actualizei-me nas redes sociais. Às tantas senti um “murro no estômago”… vi a notícia de que o Diogo Vascocelos tinha falecido repentinamente, aos 43 anos.

Conheci o Diogo há pouco mais de 1 ano, por altura das eleições internas do PSD, em que apoiei JP Aguiar Branco, e de quem o Diogo era mandatário. Fiquei impressionado e escrevi: “É aquela atitude humilde, verdadeira, inteligente, positivista, inovadora, futurista que precisamos“.

A liguagem do Diogo, a maneira de ver as coisas e a vontade de as fazer, eram incrivelmente atraentes. Tinham como que um íman que nos chamava e nos fazia crer ter encontrado os ingredientes para a solução que tiraria Portugal do pântano. Criava renovada esperança no futuro.

O Diogo Vasconcelos era um homem que ao contrário do que estamos habituados nos responsáveis de hoje não estava sempre a olhar para trás mas olhava permanentemente para o futuro. Estava disponível para o construir. E mais importante do que isso, fazia-o.

As suas qualidades como profissional fizeram-me compará-lo a outros grandes portugueses, bem mais mediáticos do que ele. As suas qualidades humanas e políticas fizeram-me desejar que um dia fizesse parte de um governo como Ministro da Inovação.

Tal como já havia dito a muita gente e escrito no meu blogue, o Diogo Vasconcelos fazia parte de uma verdadeira “nova geração” de políticos. Aqueles que podiam efectivamente renovar a classe política e levantar de novo o esplendor de Portugal.

Tal como Rui Rio ou José Pedro Aguiar Branco – que curiosamente acompanhou na JSD – o Diogo Vasconcelos era um homem inteligente, com carácter e grande personalidade. Mas mais do que isso, era um líder e um visionário. Regia-se pelos melhores valores e princípios.

Os cargos que ocupou comprovam a sua capacidade e competência. Foi Senior Director da Cisco International, Chairman da APDC – Associação para o Desenvolvimento das Comunicações ou Chairman da SIX – Social Innovation eXchange.

Foi um grande impulsionador da Sociedade da Informação e do Conhecimento. Defendia como ninguém a inovação e o empreendedorismo. Fundou a FAP – Federação Académica do Porto, a UMIC – Agência para a Sociedade do Conhecimento, a revista Ideias & Negócios e a Ciber.net.

Hoje fiquei chocado com o falecimento do Diogo Vasconcelos, mas mais do que isso, esmoreci a esperança de um Portugal melhor. Porque todos somos poucos para puxar pelo país, e hoje perdeu-se a força de mais um. Ainda por cima um dos mais “fortes”.


Para quem acredita no futuro, e quer contribuir

07/03/2011

Já por mais de uma vez elogiei, aqui no meu blogue, o Diogo Vasconcelos. Um homem que – ao contrário do que estamos habituados nos responsáveis políticos ou empresariais portugueses – não está sempre a olhar para trás, mas olha permanentemente para a frente.

Este sábado que passou, deu uma entrevista à revista NS do jornal DN. Essa entrevista é de leitura obrigatória para todos aqueles que – ao contrário do típico portuga – ainda têm alguma esperança num futuro melhor, e acima de tudo estão disponíveis para fazer algo por isso.

Deixo aqui alguns trechos da entrevista, mas aconselho a leitura integral

Em Where good ideas come from, Steve Johnson tenta encontrar essa resposta. E conclui que as boas ideias surgem quando diferentes intuições se confrontam. Como criar ambientes propícios a que tal aconteça? Um bom método é criar espaços para que gente com formações diferentes se encontre

[para ter sucesso] Entrar num mercado em crescimento, onde seja possível fazer algo de verdadeiramente novo. Saber explicar a novidade em poucos segundos. Escolher uma boa equipa, começar pequeno, controlar bem os custos e a tesouraria. Escolher clientes exigentes. Não é um sprint, é uma maratona.

Vale a pena planear. Os planos quase nunca se cumprem, mas ajudam a arrumar ideias, a identificar pontos francos, erros e objectivos.

Há dois tipos de inovação, a incremental e a radical. A primeira é fazer cada vez melhor, mais com menos recursos. A Europa é boa nisso. A segunda, significa inventar o futuro. Aqui, os americanos dominam.

Os programas de investigação europeus – cada vez mais burocráticos – favorecem as grandes empresas de hoje e ignoram as grandes empresas de amanhã. A prioridade europeia devia ser uma nova vaga empreendedora

Nenhum país é, à partida, demasiado pequeno ou periférico. Veja-se a Holanda, a Suécia, a Dinamarca: são países pequenos mas abertos ao mundo, com empresas líderes em múltiplos sectores, um ambiente favorável ao empreendedorismo e uma cultura de rigor, de aposta permanente na ciência, na inovação e na criatividade.

Estudar não é uma forma de obter emprego, é uma actividade indispensável e uma atitude permanente numa sociedade do conhecimento.

Não tenho direito a emprego nem ele é para toda a vida. Se não está disponível, devo poder criar o meu emprego. Quanto ao governo, o que tem feito é piorar a situação: massacra os recibos verdes com impostos, regulamenta até ao limite os estágios, não facilita a contratação nem reduz os custos do emprego para as empresas. Sem perspectivas de emprego, ou os desempregados criam o seu emprego ou emigram. A opção mais fácil para os mais qualificados e mais jovens é emigrar.


#Presidenciais A lição que Cavaco nos deu

24/01/2011

Há uma lição muito importante que o Prof. Cavaco Silva deu nestas eleições presidenciais. Penso ser algo que já podia ter sido aprendido há muito tempo mas, como sempre, tardávamos em aprendê-la. É algo que vem finalmente atirar as campanhas eleitorais para uma nova era.

Cavaco Silva disse, aquando do anúncio da candidatura, que não iria colocar cartazes nas ruas, que daria prioridade às novas tecnologias, e assim o fez. A sua campanha baseou-se na internet e nos meios de comunicação social. Apostou essencialmente nas redes sociais do facebook e do twitter.

A utilização destas novas ferramentas em detrimento de métodos antigos mostra que a candidatura de Cavaco Silva teve abertura ao futuro, compreendeu a sociedade (de informação) de hoje, provou o respeito pelo ambiente, e preocupou-se em não desperdiçar recursos.

Espero que a partir deste dia, e em futuras eleições, todos os partidos e candidatos acabem com os cartazes e outdoors na rua. Essas coisas asquerosas que emporcalham as nossas cidades e vilas, e que depois ficam a degradar-se durante meses, sem que ninguém os retire.

Não tenho dúvidas que muita desta estratégia terá sido delineada pelos seus principais conselheiros, em particular (e esta é uma convicção minha) pelo seu mandatário digital, Diogo Vasconcelos. Parabéns e obrigado a todos.


%d bloggers gostam disto: