Apoiar B = Ser anti-A. Que parvoíce

31/10/2009

Pedro Passos Coelho (PPC) e os seus apoiantes já andam em campanha há 1 ano, desde então à espera que Manuela Ferreira Leite (MFL) saia para que o partido lhes caia no colo. Pouco ético, egoista, mas legítimo.

Depois de passar o ciclo eleitoral, e de MFL ter dito que marcaria eleições em Março 2010, apareceram vários apoiantes de uma hipotética candidatura de Marcelo Rebelo de Sousa (MRS), muitos deles seriam até putativos candidatos. Humilde, altruista, e legítimo.

Perante isto os apoiantes de PPC vêm agora dizer que os que apoiam MRS são nada mais do que militantes anti-PPC. Infelizmente a campanha interna tem vindo a fazer-se nestes moldes. Os do lado A dizem que os outros estão do lado B porque são anti-A. Por favor, é necessário discutir ideias, programas, perfil, carácter.

Nas últimas eleições internas apoiei MFL, mas não por ser Anti-PPC ou Anti-PSL (Santana Lopes). Aliás gosto muito de PSL, apoiei-o em 2004 e acho que em condições normais daria um excelente líder do PSD, dos melhores que o partido alguma vez tería. Gosto da sua maneira de estar e do seu perfil. Simplesmente em 2008 achei que MFL era melhor para o PSD e para Portugal. Isso leva-me a ser anti-PSL?

Pelo amor de Deus. Faz-me confusão como alguns senhores, que são tidos como referências, vêm dizer bojardas (anti-PPC) destas na comunicação “dita” social. Só há uma razão: Interesses pessoais. E para lutar por eles vale tudo, até ser desonesto intelectualmente. Uma vergonha.


Não vos adianta pressionar

13/10/2009

Logo na noite das eleições, apareceram as hienas laranjas a falar do futuro do PSD. Sem surpresa, Luis Filipe Menezes voltou a destilar ódio por Manuela Ferreira Leite, esquecendo-se mais uma vez que invocou o nome dela tantas vezes para ganhar crédito na luta interna contra Marques Mendes em 2007. Passos Coelho voltou a demonstrar que prefere colocar os interesses pessoais e corporativos (do seu amigo Angelo Correia) à frente dos interesses colectivos do PSD e de Portugal. E agora, até Marcelo Rebelo de Sousa se pronuncia acerca deste assunto, para o qual andou tão reservado. Talvez seja porque viu uma “aberta” nas consequências do caso das escutas.

MFL foi eleita pela maioria dos militantes do PSD em 2008. Foi eleita para liderar o PSD que se encontrava na oposição. Os militantes julgaram ser ela a melhor colocada para fazer frente ao PS e lutar pelas propostas do PSD. Depois de um ciclo eleitoral longo, o PSD ganhou 2 eleições e perdeu 1. Contra toda a opinião pública MFL conseguiu ganhar as Europeias, retirar a maioria absoulta a Sócrates e vencer as autárquicas. E agora já não serve para voltar a liderar a oposição? Agora ainda é mais importante, porque o governo será minoritário.

Só compreendo que a senhora saia da presidência do partido, se invocar razões de ordem pessoal, afinal já tem quase 70 anos. Além disso já deu muito ao partido e ao PSD. Também sabe que existem nos quadros do partido homens e mulheres capazes para lhe suceder. Mas a decisão é só dela. E se a conhecem, sabem que não cede a pressões. Por isso podem estar caladinhos, não vos adianta de nada berrar.


A verdade é esta

29/09/2009

Só em Portugal uma mentira dita muitas vezes se torna verdade. Durante a campanha eleitoral, todos os dirigentes do PS (com destaque para Sócrates e Santos Silva) disseram que foi Manuela Ferreira Leite que trouxe o assunto das escutas ao PR à baila quando falou em asfixia democrática.

Ora, Ferreira Leite disse uma única coisa sobre as escutas: “não comento porque não tenho dados suficientes“. A asfixia democrática a que se referia tinha que ver com os empresários que não podem falar contra governo por correrem risco de perder negócios; com os professores que não podem falar mal do governo, mesmo em privado, correndo o risco de serem denunciados; com os médicos que não podem ter opiniões diferentes do governo, porque senão são castigados; com o caso PRISA – TVI – Moura Guedes; com os directores de jornais que recebem telefonemas do PM a pressioná-los; e muitos outros.

Recorde-se que foi Francisco Louçã que trouxe o assunto para a campanha eleitoral, e que foi o PS que se aproveitou desse caso para o ligar à tal asfixia democrática de que falava (e bem) o PSD. Sabendo que o PR nunca iria falar sobre isso durante a campanha, o PS ganharia em fazer essa ligação e desacreditar as acusações de Ferreira Leite.

Por mais que queiram, esta é a verdade dos factos. E pode ser confirmada em qualquer jornal, consultando o arquivo on-line. Ainda assim, parece que em Portugal, uma mentira dita muitas vezes – por homens com a cara-de-pau de Santos Silva ou Sócrates – se torna verdade.

Olhe, desculpe… era mais um fino para esquecer.


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