Já disse aqui que deixei de dispender muito tempo no futebol. Gosto de ver alguns jogos e no fim desligo. Não tenho paciência para falar de bola. Os penaltis por marcar, as expulsões poupadas, etc. Mas do que vou falar não é futebol, é simplesmente da gestão e da política da FPF.
Faz-me espécie que Gilberto Madaíl e a sua direcção tenham querido, no final do Mundial, demitir Queirós, feito a trapalhada vergonhosa a que todos assistimos, e agora virem à pressa contratar um seleccionador de qualidade muito duvidosa.
Segundo o próprio presidente da FPF este é o último mandato. Não seria portanto mais fácil ter-se demitido logo em Julho e dar tempo para se realizarem eleições? É que assim a nova direcção tinha tempo para escolher o seu seleccionador e não tinha de ver impingido Paulo Bento.
Além disso a escolha é manifestamente má. Sabe-se que nenhuma selecção está junta mais do que 15 dias para preparar jogos. Nenhuma equipa se forma nesse espaço de tempo. Ou seja, o seleccionador tem de ser, acima de tudo, um bom gestor de homens e um bom leitor do jogo (para reagir correcta e rapidamente no decorrer do mesmo).
A única altura em que a selecção está mais tempo junta é (de 2 em 2 anos) antes dos Europeus e Mundiais. Mas mesmo aí, em final de época, os jogadores estão desgastados e não se lhes pode exigir muito. Apenas gerir esforços e mentalidades.
Sabemos que Paulo Bento não tem nem uma, nem outra característica. Ainda por cima é um treinador sem credenciais, sem carisma e pouco respeitado no meio. Como irá ele conseguir construir uma equipa com este cenário e com as “estrelas” que temos?
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