Foi nesta semana que passou, que José António Salcedo esteve na Comissão de Educação e Ciência (na Assembleia da República) para participar na conferência “Tecnologia e pedagogia: o que ensinar? Como ensinar?”
Podem ver o vídeo, na íntegra, neste link. A intervenção principal do Zé António é de 17 minutos, e está entre o minuto 34 e o minuto 51.
Já por várias vezes elogiei aqui as ideias do Zé António. Portanto vou apenas deixar algumas das coisas que disse na sua intervenção, por forma a aguçar o vosso interesse.
“educar significa formarmos pessoas com autonomia intelectual”
“educar é o contrário de instruir… instruir é meter coisas na cabeca das pessoas”
“educar, não para igualdade de resultados, mas para igualdade de oportunidades”
“orientação sistematica à resolução de problemas… é a atitude que mais valor pode criar”
“através do processo educativo, aprender a pensar e a criar valor”
“o modelo de educação centralizante em Portugal é rígido e desresponsabilizante”
Era adolescente, estava longe de pensar em cursos ou universidades, e já conhecia o José António Salcedo. Não pessoalmente, mas pela história que o meu pai não se cansava de contar. A deste amigo e colega de curso dele, que no início dos anos 70, era um brilhante aluno da FEUP, e depois de ter construido, sozinho e em casa, o primeiro laser em Portugal (que depois veio a oferecer à FCUP) foi tirar o doutoramento para a Univ. de Stanford, onde tinha como professores alguns prémios Nobel.
Anos volvidos, e já aluno de Eng. Eletrotécnica na FEUP, tive a sorte de me cruzar com o José António. Tinha voltado à FEUP, e calhou de ser meu professor na cadeira de “Ondas”. Foi, no mínimo, surpreendente e refescante ter um professor com tamanho talento para ensinar e para motivar. Um Professor Catedrático que estava completamente fora dos padrões da academia portuguesa. Acessível, disponível, humilde, paciente. Ao que aliava uma incrível experiência prática e profissional na área em que leccionava.
Foi responsável pela minha melhor nota no curso. Curiosamente numa cadeira que à partida me despertava pouco interesse. O que só pode atestar da capacidade do José António como professor. Todos os meus colegas mais próximos partilhavam desta opinião. O José António não pertencia ao “nosso planeta”. No ano seguinte isso confirmou-se. Voltou a deixar a FEUP. Na faculdade dizia-se que o teria feito por discordar do rumo que levava a FEUP e a Academia. E quanta razão tinha, e tem.
O INESC, que ajudou a fundar, é uma brilhante organização. De onde já saíram muitas ideias, invenções, produtos e empresas. Mas a FEUP, a UP, a nossa Academia podia ser muito mais, se tivessem ao leme mais Josés Antónios. A capacidade e o potencial dos nossos alunos e das nossas Universidades (principalmente na área das technologias) é imenso. Mas perdem-se na mesquinhez daqueles que lideram a Academia e nos jogos de poder. Quando poderiam ser um dos motores de uma economia e de um país.
Aproveito para deixar aqui, mais uma vez, o vídeo de uma “aula” que o José António deu há um par de anos, e que é de ver e rever para crer.
Mais uma excelente aula dada por José António Salcedo. Neste caso num contexto diferente (a Univ. Verão do PSD) e sobre um tema diferente, a “Responsabilidade”.
O José António foi meu professor na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, leccionando a cadeira de “Ondas”. De longe o melhor professor que tive no meu curso.
Foi responsável pela minha melhor nota no curso, curiosamente numa cadeira que à partida me despertava pouco interesse. O que atesta sobre a sua capacidade como professor.
Muitos elogios já aqui lhe fiz. Até já sugeri o seu nome para Ministro de um Governo. Hoje sugiro apenas que vejam este vídeo na íntegra. Vale mesmo a pena.
José António Salcedo é um homem com visão, capacidade, reputação e sucesso. Estudo e investigou, mas também criou, trabalhou, geriu e fez crescer.
Tenho imenso respeito e grande consideração pelo José António Salcedo. Desde que tive o prazer de o ter como professor (Catedrático) na FEUP.
É um homem com valores e princípios. Livre de fazer, dizer e escrever o que pensa. Sem ceder a pressões ou lobbies. Mesmo que de gente próxima dele.
Há dias, no seu Facebook, escreveu o seguinte:
“Partidos políticos são socialmente importantes enquanto contextos de discussão e planeamento de modelos político-sociais alternativos e desejáveis para o bem de todos os cidadãos. No entanto, grande parte das pessoas que os têm integrado têm-se organizado em quadrilhas de malfeitores a tudo dispostas para aceder e desbundar o nosso rico dinheirinho. Essas quadrilhas que vivem nos aparelhos partidários actuam no silêncio dos corredores e apenas sabem atacar em matilha. Constituem uma máfia de gente ignóbil e medíocre. Se a Justiça funcionasse bem, estou convencido de que muitas dessas pessoas estariam a braços com ela e até na cadeia. Como não funciona, resta aos cidadãos com sentido mais apurado de responsabilidade desmascarar essa gente em público e com coragem, procurando esclarecer a população que gente dessa laia serviria particularmente bem para limpar mato nos montes ou até para serem processados em caixas de compostagem, por minhocas“.
É isto mesmo que tento fazer, há muito tempo, neste blogue. Desmascarar alguma gente que faz dos partidos políticos em Santo Tirso um veículo para enriquecer.
Essa gente, vem aqui dizer que tenho problemas pessoais com eles, que tenho inveja, que tenho azia. Não! Simplesmente é meu dever fazer o que o José António bem descreveu.
“Os Reitores afirmam que, com cortes orçamentais nas universidades, a soberania nacional ficará diminuída. Eu tenho outra opinião, e proponho que metade das instituições de Ensino Superior em Portugal sejam ou extintas ou estimuladas a fundir-se num prazo máximo de 12 meses. É que o actual corporativismo e miserabilismo (ausência de massa crítica com elevada qualidade) das instituições de Ensino Superior que temos, são factores importantes de diminuição da soberania nacional. Esses sim. E, já agora, os Reitores deveriam ser contratados por concurso público internacional, porque o actual modelo de gestão universitário (de que eles beneficiam) é medieval. Abram as janelas, senhores reitores, estimulem a excelência, internacionalizem as vossas escolas (atraindo professores e investigadores estrangeiros bons) e ganhem juízo“.
Não posso estar mais de acordo com este meu ex-professor (na altura, Catedrático) da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
Deverá estar ligado para publicar um comentário.