Ano Novo, vereação nova. Na viragem do ano o executivo da Câmara Municipal foi remodelado. Luís Freitas saiu da equipa de Castro Fernandes, Ana Maria Ferreira assumiu as funções de vice-presidente e o lugar em aberto foi ocupado por José Carlos Ferreira (o 6º da lista do PS nas autárquicas 2009).
A CMST disse em comunicado que Luís Freitas solicitou a renúncia ao mandato por imperativos de ordem pessoal. Já estamos habituados. Na política, seja qual for o verdadeiro motivo, o que vem a público são sempre os motivos pessoais. Mesmo que as reais razões sejam por demais evidentes.
A verdade é que já cheira a eleições. As Autárquicas 2013 são daqui a 20 meses e é preciso começar a preparar terreno para um combate mais complicado que o habitual. Castro Fernandes está impedido pela lei de se recandidatar e o seu substituto tem de ser “lançado” com a devida antecedência.
Se restam dúvidas quanto a isto, basta ter em conta o facto de o Presidente da CMST (que gosta pouco de abrir mão seja do que for) ter delegado em Ana Maria Ferreira várias competências, ao nível das obras e serviços públicos, aquisição de bens imóveis e serviços, e outros contratos administrativos.
Além disso, no mesmo comunicado, refere a CMST que à nova vice-Presidente competirá também “substituir o Presidente nas suas faltas ou impedimentos legais“. Ou seja, Ana Maria Ferreira terá funções e poderes que nenhum outro vice-Presidente desta CMST alguma vez sequer sonhou ter.
Como consequência desta jogada política – que afasta um dos mais apreciados, respeitados e competentes vereadores, por interesses puramente partidários – entra para a equipa José Carlos Ferreira, militante activo do PS Santo Tirso, também conhecido por ser cunhado de Castro Fernandes.
Não se conhece ao novel vereador um percurso político, o que até abona a seu favor. É professor de Educação Física, o que lhe pode valer uma genica extra. Lecciona, como o próprio diz no Facebook, numa “escola sem Pavilhão Gimnodesportivo“, pelo que estará habituado a trabalhar em dificuldades.
O que se deseja é que José Carlos Ferreira possa fazer mais do que os seus antecessores. O que se lhe exige é que trabalhe para os Tirsenses e não para o partido. Pede-se que responda perante a população e não perante o seu cunhado/presidente. É muito importante que tenha sentido de missão.
Numa pesquisa rápida pela internet, ficamos a saber que a sua paixão é o Poker e que o seu sonho é participar num European Poker Tour. Mas esperemos que nos próximos 20 meses a sua paixão sejam todos os Tirsenses, e que o seu sonho seja tornar Santo Tirso num concelho melhor.
No seu blogue, José Carlos Ferreira escreveu um dia: “quero levar muito longe o Poker Português, e necessito claramente do apoio de toda a comunidade“. Falhou. Mas nesta fase pede-se apenas que tente levar longe Santo Tirso, e se assim fizer terá o apoio de toda a comunidade Tirsense.
Sejam quais forem os pelouros atribuídos, o desejo é que aplique mais os conhecimentos que adquiriu na Universidade do Porto (quando se licenciou em Educação Física), e não tanto os que terá adquirido na Universidade Independente (quando lá estudou “Gestão e Administração de SADs”).
Desejam-se na sua actuação, menos erros do que aqueles (ortográficos e de sintaxe) que deu num curto texto que escreveu para o pokerpt.com, confundindo “há cerca de” com “acerca de“… “há muito que anunciava” com “à muito que anunciava” ou “há 3 semanas atrás” com “à 3 semanas atrás“.