A CMST decidiu lançar este ano o que chamou de Orçamento Participativo Jovem (OPJ) com um valor de 120.000€. O objectivo era “reforçar a democracia” chamando os jovens a “participar ativamente no processo de escolha de projetos para o Município“. Pedia-se que os contributos fossem de encontro “necessidades e expectativas” dos jovens do concelho com idades entre os 12 e os 30 anos.
Segundo a CMST, a participação foi um sucesso. Envolveram-se cerca de 150 jovens que apresentaram um total de 21 propostas. Essas seriam analisadas e avaliadas pelo Presidente da CMST – Joaquim Couto – e por uma Comissão Técnica de Apoio e Análise (belo nome à portuguesa), constituída pelo Vereador da Juventude – o meu amigo José Pedro Machado – e 3 técnicos municipais.
Aceitavam-se propostas em várias áreas. Urbanismo, Espaços Verdes, Ambiente, Energia, Mobilidade, Turismo, Comércio, Economia, Educação, Juventude, Desporto, Acção Social, Cultura. Das 21 propostas foram seleccionadas 3 para avaliação final. Li em notícia José Pedro Machado a dizer que na CMST ficaram “muito satisfeitos sob o ponto de vista da qualidade das propostas apresentadas“.
As minhas expectativas eram altíssimas. Sempre achei os orçamentos participativos iniciativas interessantes, que em outras cidades do mundo resultaram em belíssimas contribuições, que agradaram e beneficiaram não só os residentes mas também os visitantes. Ideias que vieram a contribuir para uma melhor qualidade de vida, e para o desenvolvimento dos cidadãos e da sociedade.
Ora a surpresa foi enorme quando me dei conta que as 3 propostas finalistas eram:
a) A criação de uma Horta Urbana.
b) A construção de um Indoor Radical Park.
c) A organização de um Festival Rio Fest 2015.
Se estas foram as finalistas, imagino as outras 18. Foi isto que as jovens mentes brilhantes Tirsenses que participaram no OPJ conseguiram apresentar. Belas e originais ideias que beneficiam… em nada!… um concelho cizento e moribundo, atacado pelo desemprego e pela desertificação.
Fico decepcionado, mas esclarecido, ao saber que as necessidades dos jovens do concelho (pelo menos daqueles 150) se prendem com festivais e parques radicais, e que as expectativas para um futuro melhor estejam numa horta urbana.
Também tenho pena que os muitos jovens capazes de ter ideias realmente inovadoras (e eu sei que os há em Santo Tirso) não tenham sido atraídos a participar neste OPJ. E que o meu caro amigo José Pedro Machado considere estas propostas com qualidade.
De resto, e caso interesse a alguém, a proposta que ganhou foi a Horta Urbana, que a CMST vai construir (gastando 90.000€) nas traseiras da Fábrica de Santo Thyrso.