Já alguns disseram, por variadíssimas vezes, que António Costa tem “boa imprensa”. Mas muitos não acreditavam. Achavam que isso era apenas “dor de cotovelo” por o socialista ser “querido” entre a população de Lisboa e “respeitado” por uma boa parte dos portugueses.
A verdade é que a greve de cantoneiros veio demonstrar que aqueles tinham razão. O lixo amontoa-se nas ruas de Lisboa, e ainda falta uma semana para o final da greve. As imagens de poluição visual vão correr mundo (com consequências para o Turismo). E há um sério perigo para a saúde pública.
Mesmo assim António Costa consegue passar por entre os pingos da chuva. Da mesma forma que passou durante os anos em que foi Ministro – e depois apoiante – dos desastrosos Governos de José Sócrates. Nem os sindicatos o acusam de tentar “furar” a greve quando ele ordena a colocação de contentores.
Fosse Pedro Santana Lopes o Presidente da C.M. Lisboa e neste momento já Salgueiro Maia invadia o Terreiro do Paço com uma coluna de xaimites, para regozijo dos lisboetas e do resto do país. A comunicação “dita” social incendiava os ânimos. A esquerda e os sindicatos pediam a sua demissão.
Valha a António Costa o facto de ter boa imprensa (seja dos orgãos de comunicação onde o irmão tem influência ou noutros). Valha-lhe ser visto como o Messias do PS, um homem de esquerda, à esquerda do PS. Valha-lhe o facto de a honestidade intelectual do Zé “que faz falta” e da Roseta terem um preço.