Conforta-me saber que não votei nele
01/08/2018“Cientistas portugueses poderão ter encontrado uma cura para o cancro”
“A portuguesa que ajudou a descobrir o que pode ser a cura para o cancro”
“Investigadora portuguesa descobriu mecanismo que poderá ajudar no tratamento do cancro ou da doença de Alzheimer”
É só fazer uma pesquisa no Google para se encontrar uma enorme quantidade de notícias parecidas com estas, nos últimos anos.
Notícias essas, que merecem zero destaque na comunicação “dita” social, ou na opinião publicada.
E é também por essa razão, que não vemos o Presidente da República (e demais políticos) receber, homenagear, publicar mensagens ou simplesmente twittar sobre estes – os verdadeiros heróis.
A “bola” isso sim, é a única coisa neste país – pequeno, tacanho, moribundo e infeliz – que conta.
Roubos em tancos? O Presidente é o Chefe Supremo das Forças Armadas? Eh pá, não incomodem com coisas menores.
Marcelo é uma enorme desilusão como Presidente, e até com político. Mas pelo contrário, sente-se que a maioria do país o adora.
Enfim… conforta-me apenas saber que não votei nele – nem agora, nem no passado (para qualquer cargo) e, muito provavelmente, nem no futuro.
Andreia e o especial apoio do Professor
12/04/2017Para os mais distraídos, Marcelo Rebelo de Sousa, revelou-se desde que foi eleito Presidente da República das Bananas de Portugal. Não consegue estar calado. É mais forte do que ele. Opina ou emite juízos sobre tudo e todos. Claro está que, como diz o ditado, quem muito fala pouco acerta.
Em Fevereiro de 2014, neste post, escrevi:
(…) a ambição de ser Presidente da República levou-o a tornar-se num populista. Algumas vezes até, um demagogo. A preocupação em agradar a gregos e a troianos, rendendo-se ao politicamente correcto, estragou a sua imagem (…) Para isso contribuiu muito o facto de deixar de ter critério naquilo que dizia, que aconselhava, que apoiava. Um pouco como nos livros que sugeria – a certa altura já ninguém acreditava que ele lia aquela montanha de livros todas as semanas – descredibilizou-se (…)
Uma das provas foi o vídeo em que apoiava Alírio Canceles como candidato do PSD à C.M. Santo Tirso, sem sequer saber quem Alírio era, o que representava, o que defendia, que visão ou estratégia tinha.
Ainda a caminho das eleições Presidenciais de 2016, e em plena campanha eleitoral, Marcelo passou por Santo Tirso. E naquilo que foi um dos primeiros passos da auto-nomeação de Andreia, apareceu à varanda (qual Papa no Vaticano), e deixou uma mensagem de apoio, que com muito orgulho Andreia exibe em lugar de destaque no seu site de candidatura.
O resultado de Alírio está à vista. A maior derrota de sempre do PSD em Santo Tirso. Esperemos para ver o resultado de todas as certezas que Marcelo tem sobre Andreia Neto – pessoa que, tal como Alírio, Marcelo nem conhece, mas que finge para os bem conhecidos propósitos eleitorais.
O barrete serviu, ao apoiante de Alírio
28/02/2014(Artigo publicado na edição de Fevereiro 2014 do jornal Notícias de Santo Tirso, e que também pode ser lido aqui)
Marcelo Rebelo de Sousa é uma das pessoas mais inteligentes que o país mediático conhece. E, como tal, percebeu a mensagem e enfiou a carapuça. A verdade é que nem sequer era preciso ser muito perspicaz para auferir o que estava implícito no texto que Pedro Passos Coelho publicou descrevendo o perfil do seu candidato a Presidente da República.
Sempre apreciei muito as capacidades intelectuais de Marcelo Rebelo de Sousa. E pensei muitas vezes que ele poderia ser uma mais valia para o PSD e para Portugal, no campo da política (já o é como distinto advogado e professor universitário). Marcelo ganhou um capital e um crédito ímpares junto dos portugueses pela sua clarividência, sagacidade e liberdade de pensamento.
Mas a certa altura a ambição de ser Presidente da República levou-o a tornar-se num populista. Algumas vezes até, um demagogo. A preocupação em agradar a gregos e a troianos, rendendo-se ao politicamente correcto, estragou a sua imagem. A partir desse momento damos por nós a concordar plenamente com muito do que ele diz, e também muitas vezes a discordar profundamente.
E é precisamente isso mesmo que se espera de um “catavento de opiniões”. É como a lógica do relógio parado: está sempre certo duas vezes por dia. Isso fez com que a maioria daqueles que seguiam “religiosamente” o seu comentário ao Domingo (fosse na TVI ou na RTP), de repente deixassem de ir à sua “missa”. Deixaram de o ouvir, ou de acreditar no que dizia.
Para isso contribuiu muito o facto de deixar de ter critério naquilo que dizia, que aconselhava, que apoiava. Um pouco como nos livros que sugeria – a certa altura já ninguém acreditava que ele lia aquela montanha de livros todas as semanas – descredibilizou-se em actos do tipo daquele em que apoiava Alírio Canceles como candidato do PSD à CM Santo Tirso.
Para além do mais sempre foi um covarde eleitoral. Diz-se disponível para todo e qualquer cargo partidário ou político (ainda há bem pouco tempo, na queda de Ferreira Leite, se disponibilizou para ser presidente do PSD e candidato a Primeiro-Ministro), mas na hora “H” coloca sempre uma condição: “clima de unidade”. Quer sempre vencer por falta de comparência.
Marcelo sempre teve medo de ir a votos, de ir à luta. Sempre teve receio do combate eleitoral. Só aceita ser candidato quando tem a certeza de que vence. Foi presidente do PSD quando mais ninguém o queria ser – entre 1996 e 1999 nos “anos de ouro” do PS. Desde então apresentou-se várias vezes mas acabou sempre por recuar por não haver o tal “clima de unidade”.
O Professor nunca fará o que Manuel Alegre fez. Não por se preocupar com o partido ou, como diz, achar que não faz sentido dividir o eleitorado social democrata, mas porque sabe que dessa forma nunca vencerá, correndo mesmo o risco de ser “eliminado” na 1ª volta. O medo de perder é mais forte do que o “dever de consciência” ou do que o suposto sentido de missão.
Mas desengane-se quem acha que Marcelo se auto-afastou definitivamente. Ele sabe perfeitamente que Passos Coelho pode perder as Legislativas de 2015. E nesse caso, chegados a 2016, o presidente do PSD pode ser alguém que, mediante as circunstâncias, prefira o candidato Marcelo ao candidato Durão Barroso. Mas nessa altura outro “problema” se levantará, o outro forte candidato a candidato, que anda por aí.
Nota: Entretanto o XXXV Congresso Nacional do PSD aconteceu e o que escrevi confirmou-se. Marcelo apareceu a reposicionar-se como candidato presidencial (e conseguiu) e Santana Lopes “respondeu à letra”.
As críticas e as intenções dos “barões” do PSD
07/09/2011O PSD sempre foi um partido pluralista e, que me lembre, não houve até agora nenhum presidente do partido (mesmo os que foram PM’s) que tivesse tido o sossego que se vê no PS, PCP, BE ou mesmo no CDS.
É isto que distingue o PSD dos demais. Com ou sem leis da rolha, há no PSD muitos (e destacados) militantes que continuam a pensar e falar por si, sem obediências ou vassalagens ao “querido líder”.
Mas há críticas e críticas. As que pretendem ser construtivas e têm como objectivo o bem do País e do PSD são sempre bem vindas. As outras, que têm por base interesses/ódios pessoais, são péssimas.
Ferreira Leite, Marcelo Rebelo de Sousa e Marques Mendes tinham a obrigação – até por já terem sido líderes (contestados) – de ter outro tipo de discurso. Calarem-se? Não! Mas falar doutra forma.
MFL parece ser movida por um ódio pessoal a PPC. Apoiei-a nas internas e gosto dela. Mas isto é demais. Não ia retirar-se da política? Então porque não o faz? Se quer ficar, este não é o contributo que se esperava.
MRS continua o periplo para a candidatura a PR. Utiliza o seu espaço dominical para (com muita demagogia e descaramento) afastar-se de todas as medidas impopulares do PSD, e passar imagem de homem independente e isento.
LMM também procura no futuro um “lugar ao sol”. Ainda é novo, o seu capital político é imenso, e as bases do PSD gostam dele. Tal como MRS, utiliza o seu espaço na TVI para passar imagem de homem sensato e equilibrado.
MFL disse que medidas do Governo “de justiça têm pouco e de eficácia nada“. MRS disse que “falta uma explicação […] isto não é o que foi prometido em campanha“. LMM diz que o Governo tem “prioridades invertidas“.
Para quê esta agressividade, demagogia e critica destrutiva fácil? Que ganha o PSD ou o País com isso? Nada! Nem a classe política (à qual pertencem), que continua a ser descredibilizada, numa altura fulcral.
Se fossem movidos por boas intenções, o que fariam era criticar sim, mas moderadamente e sem demagogia. Tomem como exemplo Rui Rio. Discorda do governo mas ao invés de atacar disse que “faria diferente“.
Além disso teve o cuidado de ser justo e relativizar as críticas, dizendo que é preciso dar tempo: “lá pelo facto de não estar bem ao cabo de 2 meses não quer dizer que não esteja bem daqui a 4 ou 5 meses“.
Principalmente de MFL (que já foi Min Finanças) esperava-se algo como o que Rui Rio disse: “há que atirar forte na redução da despesa, mas isso não é tão simples como dizem, ou como se diz quando se está na oposição“.
Deverá estar ligado para publicar um comentário.