Por falar em licenciaturas e informações falsas

17/07/2012

Já o disse e escrevi várias vezes: Miguel Relvas devia abandonar o Governo ou então ser demitido por Pedro Passos Coelho. A bem da credibilidade do Governo e do país. Devia fazê-lo não só mas também por causa do caso da licenciatura.

A propósito disso, tenho visto muita agitação em certos sectores da sociedade e em certos partidos políticos. Tenho visto muita indignação relacionada com a “licenciatura” de Miguel Relvas. A esses deixo este link de onde sublinho:

At the age of 18 he went to Coimbra, where he earned a degree in civil engineering” … Mentira!

He received an MBA in 2005 from the Lisbon University Institute” … Mentira!

José Sócrates was one of the founders of the youth branch of the Portuguese Social Democratic Party” … Mentira!

[in 1997] Sócrates became minister for youth and sports” … Mentira!

Note-se que no final aparece a nota de rodapé: “Source: Information provided by the office of Prime Minister José Sócrates

E aqui não estou sequer a fazer referência à informação falsa prestada ao parlamento durante muitos anos, ao facto da licenciatura ter sido tirada ao domingo, de os professores das cadeiras serem amigalhaços, etc, etc.

Há muitas razões para criticar o caso da licenciatura de Miguel Relvas, mas há muito poucos que o podem fazer. Haja coerência! Haja decência! Haja memória! Haja vergonha!


Post para memória futura e fácil acesso

13/07/2012

Nunca norteei a minha vida por esse objectivo [de ter uma licenciatura], norteei a minha vida pela simplicidade da procura do conhecimento permanente“, Miguel Relvas (12 de Julho de 2012)


A “vida e obra” de Miguel Relvas

11/07/2012

Na sequência deste meu post, deixo ficar aqui um link para um documento PDF que contém um artigo de jornal de 1997. Artigo sobre a “vida e obra” de Miguel Relvas, que fica à consideração de cada um tomar por verdadeiro ou falso. Foi-me enviado por um bom e atento amigo.

Artigo de Jornal de 26 Novembro 1997


Vou enriquecer o meu CV com mais 6 licenciaturas…

05/07/2012

Entrei na faculdade em 1996 com 17 anos, mas a minha média não era muito elevada, pelo que só entrei na 3ª opção, a UTAD em Vila Real. Nos 2 anos que lá estive fiz 11 cadeiras. Em 1998 pedi transferência para aquela que tinha sido a minha 1ª opção, a FEUP no Porto. A transferência deu-me equivalência a 9 cadeiras.

Passados 6 anos, em 2004, com o estágio curricular feito e apenas 4 cadeiras para terminar o curso resolvi começar a trabalhar. Depois de 4 anos em que o trabalho esteve à frente do estudo, em 2008, consegui finalmente licenciar-me em Engenharia Electrotécnica. Tenho ideia de ter feito mais de 40 cadeiras.

Como eu, centenas de colegas e milhares de outros estudantes pelo país fora, dedicaram vários anos da sua vida a estudar. Na escola, no ciclo, no liceu, na faculdade. Apostando na sua formação e investindo no seu futuro. Ganhando acima de tudo skills e competências, e não um canudo ou um título.

Descobri agora que tudo isto é uma treta. Não é necessário todo este “sacrifício” para se ter uma licenciatura, um mestrado ou até um doutoramento! Sim, ontem ouvi o reitor da Universidade Lusófona dizer que também nos doutoramentos pode haver equivalências mediante a experiência do candidato a aluno.

Ora sendo assim resolvi que em breve tirarei um ano sabático – sim, apenas um. Chega perfeitamente – para enriquecer o meu Curriculum. Vejamos: Com 6 meses como estudante Erasmus em Paris (2003/2004) e 4 meses como profissional em Londres (2012) irei concluir o Curso de Relações Internacionais.

Sou militante do PSD há 13 anos e sou ex-Presidente do Núcleo PSD Santo Tirso, ex-Vice-Presidente da Concelhia PSD Santo Tirso, ex-Vogal do Núcleo PSD Santo Tirso, ex-Conselheiro Distrital JSD, ex-Conselheiro Distrital PSD, ex-Delegado a dois Congressos Nacionais JSD. Facilmente tiro o Curso de Ciência Política.

Há cerca de 4 anos que trabalho com o Sovolei onde escrevo noticías, faço reportagens e entrevistas, pelo que o Curso de Jornalismo e Comunicação Social está grantido. No âmbito do Sovolei organizei também vários torneios de voleibol por isso tirarei o Curso de Administração e Organização de Eventos.

Durante 11 anos da minha vida fui escuteiro do Corpo Nacional de Escutas. Participei em várias acções de solidariedade e apoio a organizações, pessoas desfavorecidas ou à comunidade. Ajudei a sociedade e o meu próximo. Não tenho dúvida por isso que o Curso de Ciências Sociais e Humanas já cá canta.

Por último, fui durante 2 anos atleta federado de Futsal, 5 anos atleta federado de Andebol, 3 anos atleta federado de Ténis, 2 anos membro da direcção de um clube. Portanto, cuidado Mourinho, o Curso de Treinador de Nível IV está assegurado e a qualquer momento posso dominar o futebol mundial.

Actualização (input do meu caro amigo Hugo Assoreira): Afinal são 7 licenciaturas. A beber (maioritariamente Cerveja e Vinho) desde 1994 com toda a certeza concluirei facilmente o Curso de Enologia, lembro-me que havia na UTAD e confesso que me despertou interesse na altura.

Actualização (o post está a ficar extenso, mas lembrei-me agora mesmo): Talvez sejam 8 licenciaturas. É que há um curso que sempre quis tirar. Muitos dos meus amigos (principalmente dos escuteiros de Santo Tirso) lembram-se desta magnífica licenciatura: Medicina Aplicada a Animais de Abate.


Demissão é a única solução, a bem da credibilidade do Governo

19/05/2012

Em Junho 2011, ao saber dos nomes para o Governo disse que tinha ficado com um sentimento agridoce. Isto porque, se por um lado me agradaram muito algumas escolhas, outras desiludiram-me na mesma proporção“.

Referindo-me às más, escrevi “Não estava à espera que Passos Coelho cedesse à “máquina” do partido. Era um forte e importante sinal que tinha dado. E para piorar são nomes tão fracos e pouco consensuais como Teixeira da Cruz e Miguel Relvas“.

Estas duas figuras “de proa” do PSD são daquelas que, a cada 5 minutos em que aparecem na televisão em representação do partido, tiram 100 votos. Em cada frase proferida, na defesa de qualquer política, tiram credibilidade à mesma, por melhor que seja“.

Mas a escolha destes dois nomes tinha uma razão de ser. Passos Coelho devia-lhes o facto de ter sido eleito Presidente do PSD, e consequentemente candidato (vencedor) a Primeiro-Ministro de Portugal.

Principalmente a Miguel Relvas. Exímio numa arte a que alguns chamam “cacique”. Arte essa que, como sabemos, é indispensável dominar para se vencer eleições internas nos partidos políticos.

Ainda assim, eu não o faria. O Governo, e um Ministério é coisa séria. Mas dando isso de barato, e oferecendo o benefício da dúvida, a verdade é que se tem confirmado que Relvas é um “cancro”.

Daqueles “cancros” que já “mataram” outros governos, e só não mata este por duas razões: 1) Portugal está na situação que se conhece; 2) O Presidente da República é alguém com sentido de Estado.

Compreendo que seja complicado. Porque além de Passos Coelho dever algo a Miguel Relvas, é também seu amigo. Mas podia aproveitar mais esta “trapalhada” (adjectivo brando) para o subsituir.

Eu no lugar de Miguel Relvas, demitia-me imediatamente. Se não o fizesse, eu no lugar de Passos Coelho, pedia-lhe para se demitir. Demissão é a única solução, a bem da credibilidade do Governo.


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