Raríssimas. Esta gente não chega lá sozinha II

11/12/2017

Quando ontem escrevi que gente como Paula Costa “só chega a estas posições se for ajudada ou empurrada” e que chegando lá, só se mantêm, roubando cada vez mais, se outros forem incompetentes e irresponsáveis” estava longe de saber que o Ministro Vieira da Silva, o Secretário de Estado Manuel Delgado, ou a Deputada Sónia Fertuzinhos não eram os únicos políticos a chafurdar neste lamaçal.

Foi o artigo da Visão “Como a política, a banca e os negócios apadrinharam Paula, a Raríssima” que nomeou outros, da auto-denominada elite portuguesa. Entre eles vários políticos e ex-governantes. Leonor Beleza, Graça Carvalho, Maria de Belém ou Roberto Carneiro, todos eles ex-Ministors. Fernando Ulrich, Teresa Caeiro, Isabel Mota ou António Cunha Vaz.

Tudo gente que, repito, tinha obrigação de ter mais responsabilidade quando ajuda ou promove alguém. Quando se involve e aceita fazer parte de alguma coisa. Parece-me evidente que todos lá estiveram, ou ainda estão, porque fica bem, e não por se interessarem, o mínimo que seja, pela actividade da tal instituição. Como foi possível isto passar-se debaixo dos seus narizes?

Todos eles fizeram parte dos orgãos da instituição. Fosse no Conselho Consultivo ou na Assembleia Geral. Está bem à vista que apenas fizeram figura de corpo presente. Sendo incompetentes nas suas funções de fiscalização. Se tivessem o mínimo de vergonha, ou respeito pelo dinheiro dos contribuintes, viriam imediatamente a público retratar-se, pedir desculpa, e cooperar com a investigação em curso.


Raríssimas. Esta gente não chega lá sozinha

10/12/2017

A investigação da TVI “Para onde vai o dinheiro que a Raríssimas recebe” é de valor e vale a pena ver. Reportagens desta natureza e com esta qualidade são verdadeiro serviço público de televisão. E já que a RTP não o faz, porque está controlada por quem exerce o poder executivo no governo, ao menos que outras o façam.

O que é agora denunciado pela TVI só surpreende quem andam propositadamente a tapar os olhos com as próprias mãos. Porque todos nós temos conhecimentos de casos semelhantes em empresas privadas e públicas, gabinetes políticos, organizações não governamentais e instituições (ditas) de solidariedade.

É preciso ter provas, como as que a TVI apresentou, para que se possa acusar esta gente – sim “acusar”, o que em Portugal está a anos-luz de “condenar”. Mas não é preciso ter provas para saber o que se passa. Para isso basta ter conhecimento ou assistir a certas atitudes, comportamentos e práticas.

Exemplos disso estão bem patentes nesta reportagem, no vídeo em que a ladra que preside à Rarissimas fala do Presidente da República e de como os funcionários devem agir durante da sua visita. Bem como do vídeo em que ameaça os mesmos funcionários de despedimento caso não façam vénia à passagem da madame.

Outros exemplos estão bem demonstrados na mentalidade e práticas. Como achar que teria de se apresentar em carros de luxo ou vestida por marcas de renome. Ou no facto de tanto marido como filho serem empregados pela instituição com ordenados absolutamente desproporcionais.

Gente que fala com a sobranceria e arrogância ou com o desrespeito e desprezo pelos funcionários que é visível nos vídeos apresentados, é gente que não tem perfil para liderar uma ninhada de ratazanas. Quando mais uma instituição que recebe dinheiro dos contribuintes para ajudar crianças com deficiência.

Gente sem carácter e sem integridade. Que naturalmente só chega a estas posições se for ajudada ou empurrada por gente da mesma laia. Gente como o Ministro Vieira da Silva, o Secretário de Estado Manuel Delgado, ou a Deputada Sónia Fertuzinhos (mulher daquele). Que parecem sido cúmplices e coniventes, mas também beneficiados.

E parace-me óbvio que chegando lá, só se mantêm, roubando cada vez mais, se outros forem incompetentes e irresponsáveis. Caso dos muitos que se prestaram a visitas e fotografias ao lado ladra. Desde Maria Cavaco Silva a Marcelo Rebelo de Sousa. Ou vários dirigentes políticos e públicos, incluindo deputados (até a Tirsense Andreia Neto)

Gente que tinha obrigação de ter mais cuidado quando ajuda ou promove alguém. Se tivessem o mínimo de interesse na causa e no problema, sentido de responsabilidade, ou respeito pelo dinheiro do contribuinte, informavam-se antes de se colocarem a si, ou a quem representam, ao lado de semelhante gente.


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