Todos sabem da importância que dou às redes sociais. Muitos dizem que até dou demais. Sou blogger desde 2003 (sim, há 10 anos!), juntei-me ao Facebook e LinkedIn em 2006 (quando ainda eram desconhecidos em Portugal) e ao Twitter em 2010 (depois de um período de resistência).
As redes sociais são um fenómeno que veio mudar o Mundo, a todos os níveis. A meu ver, veio mudá-lo para melhor, muito melhor. São um instrumento que, nos dias que correm, permite coisas tão importantes como a proximidade, a partilha e a velocidade de informação.
Praticamente todas as maiores redes sociais – Twitter, Facebook, Instagram, LinkedIn, etc. – já serviram para boas causas. Alertas de catástrofes naturais, denúncias de crimes, libertação de ditaduras, campanhas de solidariedade. Entre muitas outras coisas.
Claro que, como em tudo na vida, há sempre quem consiga transformar uma boa ferramenta em algo mau, perigoso até. Esta entrevista do Fernando Moreira de Sá à revista “Visão” causa-me náuseas. Provoca-me aversão. Asco mesmo. O que ele revela é um nojo.
Não é pelas revelações – quem como eu anda nisto (das redes sociais, da blogosfera, e da política) há tantos anos sabia perfeitamente que isto se passava – é pela falta de vergonha de o dizer, e pela forma descarada e gozona como o diz. Achando-se, ainda assim, um figurão.
Fui (e sou) autor de vários blogues. Na maioria deles era o único autor. Muitos versavam também sobre política. Escrevi posts a defender Passos Coelho, o PSD e este Governo. Também escrevi posts a criticá-los. Porque sempre fui livre de dizer o que pensava.
Fui convidado para colaborar e escrever em alguns dos blogues que o Fernando Moreira de Sá menciona. Rejeitei. E que bem fiz. Detestaria estar associado a esta ignomínia. Tenho pena que alguns, que considero amigos, tenham aceite e se vejam agora no meio desta açorda.