Este ano terei um especial interesse nas eleições Autárquicas da minha terra. Desenganem-se aqueles que pensam que me refiro á eleição do Presidente da Câmara. Nessa tenho muito pouco interesse. A escolha é, infelizmente, fraca.
Refiro-me, isso sim, às eleições para a Junta de Freguesia que agora reúne Santo Tirso, Santa Cristina do Couto e São Miguel do Couto. Chamam-lhe união de freguesias, um nome de que não gosto. Acho que devia ser apenas Santo Tirso.
Com a junção das 3 ex-freguesias passa-se a ter aproximadamente 15.000 eleitores. E que belas escolhas esses eleitores têm pela frente. Quem dera a muitas outras freguesias, terem estes candidatos como opção, e ainda só se apresentaram 2!
É desses que quero falar, sem me referir a partidos. Porque de facto o cliché de “nas autárquicas o que conta é a pessoa” é um pouco mais verdade do que nas outras eleições, dada a proximidade dessas pessoas com a população.
Para além do mais, o percurso dos candidatos já conhecidos, demonstra bem que para eles a população e a sua terra está bem à frente do partido onde militam. Algo de valorizar já que hoje em dia, ainda assim, é raro encontrar.
Quem me conhece sabe que tenho uma amizade grande com o Zé Pedro Miranda. Aliás, acompanhei-o em parte da sua carreira política/partidária e tenho orgulho de ter feito parte do núcleo duro que construiu a sua primeira candidatura.
Não me lembro de conhecer ninguém mais humanista e orgulhoso de ser Tirsense do que ele. Duas características essenciais para se ocupar aquele lugar. A obra fala por si. O que fez na Junta de Santo Tirso não tem igual no passado.
Conheço o Jorge Gomes há muitos anos, desde os tempos em que liderava a principal “equipa” de apoio ao FC Tirsense. Desde essa altura que o vejo a dinamizar e liderar em várias áreas, sempre com uma enegia e vontade invejáveis.
A obra que deixou em Santa Cristina do Couto também é visível. E o carinho que a população tem por ele é uma boa demonstração. Nunca estivemos do mesmo lado, politicamente falando, mas acho que partilhamos alguns valores.
Se tivesse apenas de escolher entre os dois, escolheria o Zé Pedro Miranda. E isto não pode representar nenhuma desconsideração pelo Jorge Gomes. Tem apenas que ver com duas questões concretas: uma ideológica e outra de facto.
O próximo Presidente da Junta vai gerir uma Freguesia com 20.000 pessoas. O Jorge Gomes tem gerido (e bem) uma freguesia de 5.000, enquanto que o Zé Pedro estará mais preparado já que até agora geriu (e bem) cerca de 15.000.
De resto (e sem falar de partidos, já que a sua ideologia oscila muito nos dias que correm) creio conhecer bem as ideias e convicções de cada um, e afinal de contas o cargo é político. Nesse sentido, sinto-me ideológicamente mais próximo do Zé Pedro Miranda.
Creio no entanto que, independentemente de quem vença, ambos estarão dispostos a valorizar as ideias do outro e envolvê-lo nas decisões que importam aos Tirsenses, Cristinenses e Miguelenses. Não acredito na habitual e contraproducente guerra partidária.
Finalmente, apenas desejar que os outros partidos apresentem também bons candidatos. A democracia e Santo Tirso só têm a ganhar. Desconheço o que vai no PCP e BE, mas espero que o CDS capitalize o bom resultado de 2009 com Zé Duarte Malheiro.