Depois de vários posts a brincar com o Wikileaks, finalmente houve alguém que me questionou sobre o que eu de facto (e seriamente) achava da organização de Assenge. Em resposta ao Miguel Cizeron (aka Kuka) dei a minha explicação, que replico aqui para todos.
Sou daqueles que acha que nada é por acaso. Não acredito que haja, nas acções de Assenge, uma réstia de boa intenção. Não sei se o activista Australiano foi pago por terroristas, ou simplesmente sabia que desta forma iria tornar-se um dos homens mais poderosos e famosos do mundo.
Creio pouco em coincidências, e obviamente não será uma delas o facto de o alvo ser preferencialmente os EUA. O país que, bem ou mal, tem garantido a segurança e a democracia em várias zonas do Mundo. Não tenhamos memória curta, e lembremo-nos que se não fossem os EUA, teriamos sucumbido a Adolf Hitler.
1. Não vejo nenhuma vantagem na revelação de documentos que contêm comentários de uns políticos sobre outros. Só um ingénuo não sabe que políticos são homens e mulheres como nós. Se nós somos maledicentes e fazemos comentários jocosos dos nossos vizinhos, conhecidos e colegas, também eles farão dos seus. Estas revelações servem apenas para achincalhar e desestabilizar.
2. Não vejo nenhuma vantagem na revelação de documentos que contêm informações secretas, que mexem com a segurança das nações (sejam os EUA, a Rússia, a França ou Portugal). Sabemos que existem pessoas e organizações que apenas querem lançar o pânico e o mal (terroristas) e portanto para quê dar-lhes estas abébias? Para lhes ser mais fácil chacinar inocentes? (como fizeram em Nova York, em Madrid ou em Londres?)
3. Já outros documentos, como aqueles que denunciam corrupção política/económica, podem trazer proveitos ao ser publicados. A divulgação de escândalos que envolvem governantes tem a vantagem de dar a conhecer ao povo o verdadeiro carácter dos seus políticos. Tem a vantagem de abrir os olhos a alguns cegos que não querem ver. Com essa informação podem abrir-se investigações, processos e quiçá fazer-se justiça.
De qualquer modo, se houvesse alguma boa intenção no Wikileaks, a organização aproveitaria para revelar estes últimos documentos, mas nunca publicaria os primeiros (que não têm interesse absolutamente nenhum) ou os segundos (que podem provocar actos terroristas com consequências letais).