A farsa do 25 de Abril

Podem chamar-me o que quiserem, até fascista, pouco me importa. Sou um democrata incondicional mas acho que os festejos do 25 de Abril de 1974 são arcaicos e estão obsoletos. Enquanto não soltarmos estas amarras do passado não conseguiremos conquistar o futuro.

Em vez de estarmos permanentemente a viver (com saudosismo) o 25 de Abril de 1974, devíamos trabalhar e lutar para podermos viver (com felicidade) os 25 de Abril de 2010, 2011… 2050, etc.

É que além do mais somos todos uns hipócritas. O que festejamos é um sistema eleitoral conquistado em 25 de Abril de 1974, mas continuamos a não poder festejar a conquista da verdadeira democracia, da verdadeira liberdade, da verdadeira justiça social.

E os maiores culpados desta situação são os arlequins que neste dia fazem a maior festa de todas. Os políticos que durante 364 dias “comem o sono” e “tratam das suas vidinhas”, vêm neste dia falar de grandes valores na “casa da democracia” (a tal onde se insultam uns aos outros durante o resto do ano).

14 thoughts on “A farsa do 25 de Abril

  1. O meu sentimento sobre este 25 de Abril expresso-o amanhã na minha crónica no diário local, depois transcrevê-la-ei parcialmente em post.
    Concordo que o modo de celebrar o 25 de Abril pouco diz aos mais novos e é precisamente a esses que deveria ser dirigido, não a quem conheceu bem a ditadura e muito menos tornar-se num desfile saudosista de uma ideia de 25 de Abril que até nem estaria na cabeça de muitos portugueses que acolheram a revolução.
    Subscrevo na generalidade o último parágrafo.

    • Caro cefaria,

      Não penso que se deva “adaptar” os festejos. Deve-se é acabar com eles ou pelo menos dar-lhes menos importância. Estamos a festejar uma coisa que não existe. Não temos liberdade, justiça social ou democracia. É tudo uma farsa.

  2. Não sei porque é que os americanos festejam o 4 de Julho e os Russos o 17 de Novembro. A Revolução dos 2 já foi à mais tempo que o 25 de Abril de Portugal e eles continuam a festejar com Paradas militares e tudo.

    • Caro Felipe Quelhas,

      Com o mal dos outros posso eu bem. Pouco que importa o que os outros fazem. Tenho este terrível hábito de pensar e actuar pela minha cabeça e não por causa do que os outros fazem.

      • Parabéns. Hoje conquistaste o Futuro. Com o teu mal, posso eu bem.

  3. Na realidade os festejos estao um pouco ultrapassados.
    Mas tambem nao vejo como podem ser alterados.
    Sao festejos institucionais.
    O que fariamos?
    Aboliamos os militares?
    Faziamos umas quermesses com donativos para ajudar no deficit?
    Alguma ideia?

    • Cara Carla,

      Não quero que os festejos sejam cancelados ou alterados. Isto desde que possamos festejar verdadeira democracia, liberdade, justiça social.

      A minha revolta prende-se com o facto de estarem a ser hipócritas a festejar uma coisa que não temos. E quem o festeja com mais espectáculo mediático são os políticos responsáveis por esse facto.

  4. Nos temos democracia e liberdade.
    Ninguem contesta. E por esse facto, julgo, que todos, sem exclusao, tem direito a comemorar.
    A democracia assim obriga.
    Quanto ao tipo das festividades, podiam ser melhores e mais adequadas aos tempos modernos.
    Por exemplo sem o formalismo ou excesso de posturas de estado bacuocas do nosso presidente.

    • Cara Carla,

      Temos democracia? Temos é um sistema eleitoral democrático. Mas não temos uma verdadeira democracia. As decisões políticas importantes não são tomadas pelo povo ou por quem o representa. São tomadas por meia-dúzia de interesses que gravitam à volta de Lisboa.

      Temos liberdade? Não podemos saír à noite sossegados porque corremos o risco de sermos assaltados, violados, assassinados. Não temos condições de saúde que se exigem, na medida em que há centenas de pessoas enconstadas pelos corredores dos hospitais, e milhares de pessoas em filas de espera. Não podemos escolher a escola que queremos para os nossos filhos, sendo obrigados a colocarmo-los na escola mais próxima, nem que ela seja vergonhosa. Não podemos expressar a nossa opinião política ou religiosa correndo o risco de sermos penalizados social ou profissionalmente.

      E muito mais havia para dizer…

  5. Caro Luis Melo

    Sou membro activo do Partido Nacional Renovador.
    Um partido que desde 2000 procura restabelecer os ideais de uma sociedade baseada nos ideais gloriosos Fascistas, sem os deturpamentos da comunicacao (dita) social.
    Assinalamos o 1º de Maio de 2010 – Dia do Trabalho Nacional, para nós, nacionalistas, – sob o denso manto de um eminente colapso nacional.

    A hora é grave. Mesmo grave! Portugal está falido perante a cegueira de muitos e a mentira habitual dos dirigentes desta classe política desprezível que temos.

    Estamos pois, de luto e pesar diante da Pátria, mal tratada, entregue nas mãos de uma cáfila de mentirosos, ladrões e desqualificados. Por esse motivo, o 1º de Maio este ano será assinalado pelo PNR com um acto público, simbólico, de luto e silêncio.

    O PNR, desde sempre que tem denunciado os malefícios do mundialismo, ou seja, deste monstro de duas cabeças (capitalismo e multiculturalismo), chamado globalização e que é o maior inimigo do Nacionalismo.

    Nós sempre nos manifestamos e insurgimos contra as criminosas directivas de Bruxelas que aniquilam a nossa soberania. Se não somos nós, portugueses, a defender os nossos interesses e a zelar por aquilo que é nosso, então ninguém mais o fará. Os outros, esses, apenas quererão tirar vantagens para si.

    Mais recentemente, na época eleitoral que se viveu no último verão, denunciámos – nos escassos e ridiculamente curtos tempos de antena que os esbirros do sistema “magnanimamente” nos concedem – o facto da dívida externa ser um buraco tremendo, que ultrapassava já o PIB e que tal realidade estava a ser escondida aos portugueses.

    Verifico que o meu caro Luis Melo partilha os nossos ideais. Mas provavelmente (como muitos) não pode exprimir a sua opiniao sem ser ostracizado por aqueles que tem as mentes poluidas e que se deixam conspurcar pela comunicacao social.
    Convidamo-lo a sair do armario e assumir-se um de nós para o bem de Portugal.

    Já chega! Só há uma solução: correr com todos estes responsáveis pela desgovernação que tem dado cabo de Portugal!
    É preciso dizer alto e sem medo que é preciso correr com eles! É preciso devolver a Portugal a Soberania e o Trabalho.

    Só há uma solução: o Nacionalismo!
    Só o PNR defende esta solução.

    A escolha é simples e está na hora de cada português a fazer.
    E a escolha que se impõe é Nação e Trabalho, ou seja: PNR!

    • Caro Marcelo,

      Respeito a sua opinião. A sua e a de todos. Mas quero garantir-lhe que não partilho, de todo, os seus ideais e os ideais do PNR.

      Posso e tenho exprimido a minha opinião sempre e em todo o lado, sem qualquer tipo de limitação. Faço-o no trabalho, no seio de amigos e até “publicamente” através deste (e doutros) blogue.

      Não preciso portanto de “sair do armário”. Se me permite a piada, não sou nenhum “esqueleto”.

      É verdade que deve haver uma clara mudança na classe política que temos. Concordo que alguns são mesmo mentirosos e desqualificados. Mas isso tem de ser feito através de um processo democrático.

      Quanto à UE, num mundo globalizado é perfeitamente impossível sobreviver sozinho. O único caminho, a meu ver, seria o de obviamente nos juntarmos com o resto a Europa. Fizemo-lo e bem.

      Apenas temos (juntamente com Gregos, Espanhois, etc) de ter juízo e saber aplicar bem as verbas que nos são atribuidas pelos outros países mais ricos.

      Assim ajudamo-los a eles e ajudamo-nos a nós na construção de uma Europa mais forte que pode concorrer com EUA, China, etc.

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