PSD: O porquê do meu voto

Até agora não tinha decidido o meu voto nas eleições internas do PSD 2010. À partida, e à 1ª vista nenhum dos candidatos preenchia todos os requisitos que acho o líder do PSD deve ter. Mas que queria eu? Um Sá Carneiro? Não existe. E neste momento particularmente dificil para o país, tenho de escolher o próximo primeiro-ministro entre JPAB, PR ou PPC.

Desde muito cedo que ao contrário da maioria não entrei em “clubismos”, porque não vejo a política como o futebol. Pensei, e disse, que deveria esperar por conhecer as ideias e as equipas dos 3 candidatos antes de decidir quem escolher. Li portanto as moções de estratégia das 3 candidaturas e procurei saber quem as acompanha de mais perto.

PR faz na sua moção um diagnóstico do país perfeito. Melhor até do que provavelmente ouvi até agora outros (como Medina Carreira ou Ferreira Leite) fazerem. Mas, mais do que isso PR aponta rumos que são definitivamente aqueles que Portugal precisa de seguir e propõe medidas genéricas de como ultrapassar esta situação de crise financeira, económica, social e de valores.

PPC, tal como no seu livro (Mudar), faz o mesmo exercício de PR. Um pouco à imagem (até lhe chamaram cópia) do que fez Marques Mendes no seu livro (Mudar de Vida). Aponta o que está errado na sociedade e na economia portuguesa, mas principalmente o que está mal no Estado. Além disso enumera também algumas medidas a tomar, mas quase todas elas são um lugar-comum.

JPAB tem reconhecidamente a melhor moção de todas. Já muitos disseram que esta moção personificada por outra figura (talvez Rui Rio) seria o projecto perfeito para o PSD e para Portugal. Mais do que falar nas coisas que estamos fartos de ouvir (défice, dívida, crise, etc.) fala em inovação, propõe várias medidas em concreto a aplicar, e tem uma linguagem nova, diferente do habitual.

Sobre as equipas, parece-me que não há dúvida nenhuma. Ontem num debate organizado pelo Psicolaranja, ouvi com imenso gosto o mandatário de JPAB, Diogo Vasconcelos (estava presente P Pinto por PPC e ZL Arnaut por PR). Posso dizer que fiquei muito impressionado pela positiva. É aquela atitude humilde, verdadeira, inteligente, positivista, inovadora, futurista que precisamos. É aquela nova linguagem que nos chama e que nos faz acreditar. É aquela maneira de ver as coisas, e a vontade de as fazer que nos pode tirar do pântano.

Esta é que é a verdadeira “nova geração” de políticos. Estes é que podem “renovar” a classe política. Não me deixo levar por “mudanças” ou “renovações” feitas por quem já anda nisto há 30 anos, tem as mesmas caras de sempre atrás (as dos interesses, dos caciques, etc.) e mais do que isso, tem a mesma ideia do que é a política.

JPAB pode não ter a retórica de PR ou a apresentação de PPC, mas… depois da retórica de Guterres e Durão e da apresentação (e retórica também) de Santana e Sócrates, não é disso que estamos fartos? Portugal precisa de homens como os que JPAB juntou à sua volta: Rui Rio, Diogo Vasconcelos, Alexandre Relvas.

Sabemos que para governar precisa do PSD e das bases e por isso a equipa tem também Costa Neves, José Eduardo Martins, e o próprio JPAB. Além disso conta também com a experiência e sabedoria de Mota Amaral, Miguel Cadilhe ou Conceição Monteiro. E com a capacidade técnica e inteligência de Miguel Frasquilho ou Rodrigo Adão da Fonseca.

JPAB pode não ser o político que idealizamos mas… e Cavaco era? Também não era. Mas juntou à sua volta uma equipa que colocou Portugal na rota do desenvolvimento. Além da sua visão e capacidade contou com Eurico de Melo para segurar o governo e o partido, com a capacidade técnica de Miguel Cadilhe, com o bom senso de Silva Peneda, com a inteligência de António Capucho, com a juventude e vontade de Durão Barroso.

Não farei como outros. Não irei apostar no “voto útil” contra alguém. Vou votar a favor. A favor de José Pedro Aguiar Branco. A favor de um novo PSD que tem orgulho do seu passado e não tem medo do seu futuro. Um novo PSD que deve soltar-se das amarras dos partidos do século XX e inovar para o século XXI. No dia 27 seja qual for o resultado, cá estarei para colaborar no meu papel de militante de base.

8 thoughts on “PSD: O porquê do meu voto

  1. E faz muito bem se é o que considera melhor, não é quem receberá o meu voto, mas seguramente considero que o partido não ficaria mal servido com ele.
    Como a minha postura é pela positva, aceito serenamente que cada um vote naquele que em sua opinião é o melhor e estou preparado para estar do lado do vencedor. Como estarei numa mesa de voto, verei votos em todos os candidatos com o mesmo respeito.

    • Caro Cefaria,

      Deviamos todos respeitar o voto de cada um. Mas respeitá-lo verdadeiramente, não entrando em caciques e pressões para que militantes votem da maneira que queremos. Como disse PR e bem, cada militante deve ser livre e dono do seu voto. Assim espero que aconteça…

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